São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Para treinador e atletas, equipe evoluiu emocionalmente com derrotas

Time do ABC mantém base, apanha e aprende a marcar

DA REPORTAGEM LOCAL

"Não podemos mais ser como lutadores de boxe e sair agredindo. Aprendemos que primeiro temos de estudar o adversário."
A declaração acima, dita pelo meia Aílton, é o diagnóstico da mudança do São Caetano nos últimos três anos.
Um dos nove remanescentes da equipe vice-campeã da Copa João Havelange, em 2000, o jogador, de 33 anos, diz que o time amadureceu. E, principalmente, aprendeu a se defender graças às surras que levou em momentos decisivos.
"Os times de 2000 e de 2001 eram boas equipes, mas não tinham essa consciência. Só pensávamos em atacar. Agora, jogamos como uma sanfona, atacando e defendendo em bloco", afirmou.
Além de Aílton, mais quatro jogadores vice-campeões nacionais nos dois últimos anos permanecem como titulares do São Caetano: o goleiro Sílvio Luiz, os zagueiros Daniel e Dininho, e o meia Adãozinho.
Apesar das mudanças, a base foi mantida. Segundo o técnico Jair Picerni, a manutenção desses jogadores contribuiu para a equipe assimilar as variações táticas feitas por ele nas últimas temporadas.
"Com esse entra e sai de jogadores, temos de mudar algumas coisas, mas os que ficam passam o posicionamento e a função para os que chegam e assim fica mais fácil para trabalhar", disse o treinador, que também destacou a evolução defensiva de sua equipe.
"É muito difícil ficar na defesa, mas é algo que não havia aparecido nesses anos que estou aqui: o senso de defesa", disse ele.
"Isso mostra que a equipe está equilibrada emocionalmente."
Após a perda do título para o Vasco, em 2000, deixaram a equipe do ABC os laterais Japinha (Bahia) e César (Lazio), o volante Claudecir (Palmeiras), e os atacantes Wagner (Cerezo Ozaka) e Adhemar (Stuttgart).
Desses, dois já retornaram: Wagner, que hoje é reserva, mas é vice-artilheiro do time na Libertadores, com cinco gols, e Claudecir, que não foi inscrito na competição continental.
Adhemar, goleador da equipe na Copa JH, será o próximo a reforçar o São Caetano. O jogador vai ficar por seis meses no clube do ABC, por empréstimo.
No time que foi vice-campeão do Nacional no ano passado, foram contratados os laterais Mancini e Marcos Paulo, o volante Simão, o meia Anaílson e o atacante Magrão. Para este ano, apenas Anaílson permanece na equipe.
Mas chegaram jogadores experientes, como os ex-santistas Russo e Rubens Cardoso, para as laterais, e Robert, para o meio-campo, além do volante Marcos Senna, com passagem pelo Corinthians. Para o ataque, vieram os grandalhões Brandão, o artilheiro do time nesta Libertadores, com seis gols, mas já negociado pelo clube, e Somália, que se tornou a referência ofensiva da equipe dirigida por Jair Picerni. (EDUARDO ARRUDA E RODRIGO BERTOLOTTO)


NA TV - Globo, ao vivo, às 21h45, só para SP



Texto Anterior: Título pode valer mais de US$ 1 mi para atletas
Próximo Texto: Perfil: Daniel quer jogar para Scolari
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.