São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003 |
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Brasileiro da rotatividade tira os de sempre do banco
PAULO COBOS DA REPORTAGEM LOCAL É bom a velha-guarda dos treinadores do país abrir os olhos. Na esteira do movimentado baile dos técnicos no Campeonato Brasileiro-03, os novatos ganham espaço. Dos 24 clubes que disputam o torneio, nove tinham até ontem técnicos que debutam na principal competição da bola do país. No início do certame, em março, apenas três clubes eram dirigidos por estreantes em Nacionais. A edição de 2001 também começou com apenas três técnicos de primeira viagem no certame -e a do ano passado, com quatro. Em alguns casos, os novatos sonham em seguir o caminho de Roberto Rojas no São Paulo. Ele assumiu o clube de forma interina, recuperou o time e acabou efetivado. Estão na esperança de seguir essa trilha, por exemplo, Marcelo Oliveira, no Atlético-MG, e Saulo, no Paraná, que estão no cargo de forma provisória. "Risquei a palavra interino do meu dicionário", diz Oliveira, que já faz planos de longo prazo na sua passagem pelo time mineiro. Já para alguns clubes a aposta em um estreante é mais firme. "Desde três anos atrás, quando o entrevistamos, o nome dele nunca mais me saiu da cabeça", afirmou o vice-presidente de futebol do Grêmio, Saul Berdichevski, ao confirmar a contratação de Nestor Simionatto. A renovação forçada no banco de reservas é um alívio para os cofres dos clubes. Rojas, por exemplo, recebe R$ 28 mil no São Paulo. Oswaldo de Oliveira, seu antecessor, recebia R$ 140 mil. Antes de acertar com Simionatto, o Grêmio cogitou Celso Roth, mas desistiu quando soube que teria de pagar R$ 90 mil mensais -praticamente o dobro do que vai receber Simionatto. Com a invasão dos novatos, profissionais rodados e valorizados, como o próprio Roth, podem amargar a fila do desemprego. Estão nessa situação hoje estrelas como Tite, cotado até para a seleção brasileira no início do ano. O ex-gremista recusou um convite do São Paulo, que antes de efetivar o chileno Rojas ofereceu R$ 100 mil mensais ao gaúcho, que recusou a oferta. Além de Roth e Tite, outros treinadores famosos sem emprego atualmente são Candinho, vice-campeão nacional com a Lusa em 1996, e Antônio Lopes, campeão com o Vasco em 1997. Os estreantes também ajudam a diminuir os gastos de outra forma. Sem a mesma fama, eles não têm o poder de indicar antigos companheiros para a comissão técnica, aceitando trabalhar com quem já está no clube, evitando o pagamento de multas rescisórias. Retrospecto Na história do Brasileiro, são raros os casos de técnicos que fizeram sucesso logo na sua primeira participação. Uma das exceções é Oswaldo de Oliveira, campeão na sua estréia, em 1999, com o então poderoso time do Corinthians. No ano passado, o treinador campeão foi o santista Emerson Leão, que já tinha 15 anos de experiência na competição. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Táticas mudam com novatos Índice |
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