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novo golpe
Conselho deve determinar fim da parceria com MSI
Corintianos se reúnem no Parque São Jorge para encerrar acordo válido até 2014, mas que, na prática, já terminou
Rescisão unilateral não
colocará fim aos problemas,
já que MSI pode ir à Justiça
para discutir a questão e
exigir multa milionária
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma parceria que já deixou
de existir, na prática, desde junho do ano passado, sofrerá novo golpe do Conselho Deliberativo do Corinthians.
O acordo com a MSI, que começou em dezembro de 2004 e
deveria durar dez anos, sustentou-se por pouco mais de um
ano e meio e se encerra de forma vergonhosa para o clube.
Nesse período, o time ganhou um título, o Brasileiro de
2005, mas acumulou uma
enorme dívida, que ultrapassa
os R$ 53 milhões, segundo a diretoria, e viu seus principais dirigentes réus em processo na
Justiça por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Mas o veredicto do Conselho
sobre o acordo não encerra a
página Corinthians/MSI. A discussão sobre a seqüência da
parceria deve ir aos tribunais.
Os corintianos alegam que a
parceira descumpriu o acordo e
que, por isso, tem base legal para romper o contrato unilateralmente. A MSI sempre alegou
que cumpriu todas as suas obrigações com o departamento de
futebol e pode cobrar, na Justiça, multa rescisória que deve
superar os US$ 25 milhões
(cerca de R$ 50 milhões).
Hoje à noite, os conselheiros
corintianos devem colocar apenas uma pá de cal no acordo
que, de fato, deixou de existir.
Desde junho de 2006, a MSI
parou de mandar recursos para
o clube, que, por sua vez, reassumiu o controle do departamento de futebol. A inviabilidade do negócio se tornou oficial
na semana passada, quando a
Justiça Federal determinou o
bloqueio das contas da empresa, alegando que os recursos recebidos são provenientes de
atos ilegais do magnata russo
Boris Berezovski, apontado como principal investidor da
MSI.
Ele, Kia Joorabchian, presidente da parceira, e Nojan Bedroud, diretor da MSI, tiveram
prisão provisória decretada.
Os problemas fizeram o Cori
(Conselho de Orientação corintiano) montar uma comissão para discutir a continuidade ou não do acordo.
O grupo, na semana passada,
chegou à conclusão, após receber documentos de Heraldo
Panhoca, advogado do clube, de
que a parceria deve ser encerrada. Com o parecer dessa comissão, é certo no clube que a
maioria dos conselheiros vai
votar pelo fim do negócio.
A decisão não agrada ao principal líder oposicionista, Andrés Sanches, amigo de Kia. Ele
tentou articular a continuidade
do acordo, mas, pressionado
por seus pares, orientará seu
grupo a votar pelo encerramento. Na reunião que definiu pelo
fim da parceria, 11 membros da
comissão votaram a favor, e
dois, Marlene Matheus e Raul
Corrêa da Silva, ligados a Sanches, abstiveram-se.
Pesa contra o acordo o fato
de Alberto Dualib não ter cumprido promessas de que traria
dinheiro. Com Renato Duprat,
que virou seu braço direito, o
cartola viu fracassar as tentativas de trazer Berezovski ao
país. Com isso, a maioria dos
aliados do presidente o deixou.
Em menos de um mês, seis
vices pediram demissão. "O Renato Duprat destruiu o Farah
na federação paulista e agora
vai acabar com o Dualib", analisa o conselheiro Edgard Soares.
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