São Paulo, sábado, 24 de julho de 2010 |
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Ocupado
CBF faz convite a Muricy para a seleção, mas Fluminense não o libera e frustra Ricardo Teixeira
ITALO NOGUEIRA DO RIO A Confederação Brasileira de Futebol tentou anunciar ontem Muricy Ramalho como novo treinador da seleção nacional e não conseguiu. Com acordo verbal com Muricy até 2012, o Fluminense não liberou o técnico para assumir o cargo, vago desde a demissão de Dunga. A decisão chegou ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que aventou a possibilidade de pagar a multa de rescisão contratual para poder ter o técnico -caberia, então, a Muricy escolher entre ir para a seleção ou cumprir o combinado com o clube. O Fluminense afirmou que o treinador quer ficar no clube por dois anos e meio, seguindo o acordo definido verbalmente -o contrato assinado só vale até dezembro. Muricy, 54, não deu entrevista depois da decisão. "Não conversamos em termos de tentar convencê-lo", disse o vice de futebol do clube, Alcides Antunes. "Ele é uma pessoa que cumpre seus contratos, e foi passado para ele que o Fluminense não tinha interesse em liberá-lo." Muricy se encontrou de manhã com Ricardo Teixeira no Itanhangá Golf Club, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O encontro de quase duas horas, acompanhado por só um café para cada um, era para ser reservado. Mas ali acontecia um torneio amador de golfe, com presença de repórteres. O presidente da CBF não escondeu a irritação com isso. Na saída, o técnico tricampeão brasileiro pelo São Paulo evitou comentar o convite. Mas deu esperanças à cúpula da CBF ao ser questionado por jornalistas se queria dirigir a seleção. "Quem não quer?" E deixou o local dizendo que deveria conversar primeiro com o Fluminense. A decisão de não liberá-lo foi anunciada por dirigentes e patrocinador do clube. Antunes tentou deixar claro que o Fluminense não precisou convencer o treinador a ficar por já existir um contrato verbalmente acertado. "É lógico que é o sonho de todo treinador é dirigir a seleção, mas ele tinha dado sua palavra. Temos um projeto não só para agora, e o Muricy o abraçou, vai continuar. Não vai faltar oportunidade para ele ser o técnico da seleção", declarou Antunes. O Fluminense descartou a hipótese de dividir o treinador com a seleção, condição que Teixeira não desejava. A única possibilidade era a CBF pagar a multa rescisória, cujo valor não foi divulgado. Mas a entidade desistiu disso: no início da noite, publicou em seu site um comunicado no qual dizia que convidou Muricy para a seleção e que a resposta do técnico foi negativa, devido à não liberação por parte do clube. Durante a tarde, Muricy comandou o treino do Fluminense, que lidera o Brasileiro. Manteve-se em conversas no celular e deu pouca atenção aos comandados. Não deu declarações na saída. Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Técnico propôs se dividir entre clube e seleção Índice |
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