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FUTEBOL
Texto de deputado tucano afirma que dinheiro tem finalidade eleitoral
CBF doou R$ 12,5 milhões
às filiadas, afirma relatório
DO PAINEL FC
As federações que ontem demonstraram apoio a Ricardo Teixeira, presidente da CBF, receberam entre 1998 e 2000 pelo menos
R$ 12,5 milhões em doações da
entidade. É o que afirma relatório
elaborado por deputados que fizeram parte da CPI da CBF/Nike,
encerrada em junho na Câmara.
O repasse do dinheiro, que ainda continua, é feito a título de auxílio às federações deficitárias.
Mas, segundo os deputados, também é utilizado politicamente.
Segundo eles, as doações aumentaram nos meses que antecederam eleição na CBF -1999- e
no país -1998 e 2000.
As federações Paulista, Pernambucana e Baiana foram as únicas
que dispensaram a doação.
Coincidência ou não, o presidente da Federação de Pernambuco, Carlos Alberto de Oliveira, é
o único que não declarou apoio a
Teixeira. Ele não compareceu ontem à reunião de presidentes para
formalizar solidariedade.
Eduardo José Farah, da Federação Paulista, também faltou, mas
mandou um representante.
O relatório, elaborado pelo deputado Sílvio Torres (PSDB-SP),
atacou a relação da CBF com as federações. O texto, no entanto, não
chegou a ser votado pela CPI.
Ricardo Teixeira questionou o
texto e afirmou ter sido ele um
ataque político, com acusações
inverídicas e sem representatividade oficial, já que não foi aprovado pela própria comissão.
O presidente da CBF, em depoimento à Câmara, disse ser sua
obrigação auxiliar as federações e
negou utilizar o dinheiro para
pressionar politicamente os presidentes de federações, que votam
no processo eleitoral da entidade.
Não há ilegalidade nas doações,
já que pelo sistema federativo do
futebol, a CBF é a entidade máxima e deve zelar pelas federações.
Mas, segundo os deputados que
assinam o relatório, as doações às
federações estão relacionadas às
campanhas eleitorais na entidade
e também no país.
Diz o relatório: "Em 1998, as
doações intensificaram-se no período eleitoral, a partir de setembro, e chegaram ao máximo em
dezembro desse ano, estendendo-se até janeiro de 1999, num valor
total de R$ 1.885.768,00. Em 1999,
as doações se mantiveram iguais
durante o restante do ano, na faixa de R$ 300 mil por mês. Em
2000, ano das eleições municipais,
novamente as doações intensificaram-se depois de agosto."
Ainda de acordo com os deputados da extinta CPI, a CBF também fez doações para presidentes
de federações que disputaram
eleições municipais e para Assembléias Estaduais.
O presidente da Federação do
Acre, Antônio Aquino Lopes, recebeu duas doações, de R$ 25 mil
e de R$ 32,5 mil, para sua campanha eleitoral em 1998.
"São dois tipos de doações. A
primeira é uma conta corrente, na
qual a CBF repassa para as federações e ela pode ser compensada
por apoio político, não por devolução de dinheiro", afirmou o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), que
foi sub-relator do caso.
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