São Paulo, sexta-feira, 24 de agosto de 2001

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FUTEBOL

Dirigentes dos times por onde o jogador, considerado desagregador, já passou desaconselharam a sua contratação

Felipe provoca novo racha no Corinthians

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Há um racha na relação entre o manager Wanderley Luxemburgo e a diretoria do Corinthians. O motivo é a contratação de Felipe.
Se as duas partes concordam que o preço do jogador ainda está alto -o clube gostaria de contratá-lo por empréstimo, enquanto o Vasco quer vendê-lo-, Luxemburgo pode perder Felipe para a reputação do atleta-o que, para a diretoria corintiana, conta pontos contra ele.
A cúpula corintiana não vê com bons olhos a contratação do jogador, cujo comportamento foi criticado por dirigentes dos clubes por onde Felipe já passou.
Os comentários mais negativos são os da diretoria do Palmeiras (time que Felipe defendeu de março a julho deste ano), no qual Felipe era considerado desagregador e teria liderado os jogadores contra o técnico Celso Roth.
Como a Folha antecipou, já da primeira vez que Luxemburgo quis o jogador, em julho passado, a diretoria do Corinthians conseguiu persuadir Luxemburgo a desistir do negócio.
Além do fato de o jogador fazer parte de um negócio que envolvia a volta de Vampeta (que não deu certo), os dirigentes alegaram não poder arcar com o preço (alto demais) e, em contrapartida, prometeram cumprir à risca o projeto de reformulação do técnico.
Mas a saída de Marcelinho não estava nos planos do Corinthians. Também não estava nos planos a malograda negociação com o meia Renato, do Guarani, que fracassou depois de o representante do jogador, Fernando César, não aceitar a proposta corintiana.
Agora, com o argumento de que precisa de alguém mais experiente, Luxemburgo conseguiu reabrir as negociações.
"Estamos formando um time e as cobranças existirão. Precisamos mesclar mais o grupo", disse Luxemburgo, que completou: "Contratação é assunto interno."
Afastado do Vasco, Felipe está disposto a voltar a atuar com o técnico. Quem não está disposto a facilitar o negócio é Eurico Miranda, presidente do clube carioca, com quem o meia-lateral teve problemas de relacionamento.
Como no caso de Marcelinho, o preço da multa rescisória do jogador foi sobrevalorizada, o que dificulta a sua saída.
O Vasco pede US$ 7,5 milhões. O Corinthians não pode pagar nem metade. A oferta do clube paulista chega, no máximo, aos US$ 2 milhões, por 50% dos direitos federativos de Felipe.
Também como no caso Marcelinho, o jogador tem tomado a frente, com seu procurador, Reinaldo Pitta, nas negociações.
Mesmo com a amizade entre Pitta e Luxemburgo, as chances de negócio são pequenas.
A análise da diretoria corintiana é a de comprar Felipe por US$ 7,5 milhões é tão improvável quanto vender Marcelinho por US$ 9 milhões, valor da multa rescisória.



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