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Rio tenta surpreender San Antonio na escolha da sede dos Jogos de 2007
Pan move Brasil contra EUA e atraso de 39 anos
ADALBERTO LEISTER FILHO
EDUARDO OHATA
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma eleição que promete ser
disputada, entre Rio de Janeiro e
San Antonio, define hoje a sede
do Pan-Americano de 2007. A escolha será a decisão mais importante da 40ª Assembléia da Odepa
(Organização Desportiva Pan-Americana), que será encerrada
hoje na Cidade do México.
"Sinceramente, não sei quem
vai ganhar. A escolha da sede não
é um jogo de cartas marcadas,
mas de disputa acirrada entre
duas candidaturas muito sólidas", disse Mario Vázquez Raña,
presidente da Odepa, à Folha.
Os 42 países-membros da entidade têm direito a voto -os nove
que já foram sede de Pan-Americano votam duas vezes, totalizando 51. Para vencer a eleição, assim, são necessários 26 votos.
Na reta final da disputa, os EUA
já se consideram vitoriosos.
Maior potência do planeta, o país
foi sede, nos últimos anos, da
Olimpíada de Atlanta-1996, e dos
Jogos de Inverno de Salt Lake
City, realizados neste ano.
O último Pan-Americano organizado no país foi em Indianápolis, em 1987. O Brasil, por outro lado, busca voltar ao cenário internacional de competições poliesportivas relevantes. Seu último
Pan foi em São Paulo, há 39 anos.
Azarão na disputa, a candidatura brasileira, porém, saiu fortalecida após o país abrigar os Jogos
Sul-Americanos, disputados neste mês, em quatro cidades -Rio,
São Paulo, Curitiba e Belém.
"O Brasil mostrou capacidade
de organização ao receber os Jogos Sul-Americanos tendo menos
de quatro meses para se preparar", disse Vázquez Raña. "Mas
não sei como isso irá influenciar a
posição de cada um dos 42 países", completou o dirigente.
O jornal local "San Antonio Express-News" publicou texto no
qual um eleitor diz que "San Antonio estava muito há frente, mas
o Rio diminuiu a diferença".
A organização dos Jogos Sul-Americanos caiu quase de bandeja para o Brasil. Inicialmente, a
competição, que nunca despertou
maior interesse na região, seria
em Córdoba. Contudo a crise argentina inviabilizou o evento.
Transferida para Bogotá, correu
o risco de nem acontecer por causa dos problemas de segurança na
Colômbia. Foi quando o Brasil se
propôs a abrigar as provas.
Com três meses para organizar
tudo, o COB (Comitê Olímpico
Brasileiro) também pôde intensificar seus contatos com dirigentes
da Odesur (Organização Desportiva Sul-Americana) e fortalecer o
lobby pela candidatura do Rio.
"Esperamos contar com os votos da maior parte dos membros
da Odesur", disse Carlos Arthur
Nuzman, presidente do COB.
"Mas não podemos esquecer
que estamos em uma disputa
contra os EUA. Se eles quisessem,
teriam condições de organizar
uma Olimpíada a cada quatro
anos", ponderou o brasileiro.
O comitê organizador da candidatura de San Antonio, por meio
de um de seus maiores reforços, o
governador do Texas, Ricky
Perry, foi bastante crítico com relação ao seu adversário na disputa
pelo Pan-Americano de 2007.
"Estive no Rio há 27 anos e vi
que lá existem belas praias. Para
mim, é isso que eles têm, belas
praias", resumiu Perry, que viajou ao México para participar da
reunião. "A pobreza no Rio é
muito grande, e temos muito a
oferecer em San Antonio."
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