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São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

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Sucesso causa surpresa a "caciques"

DA REPORTAGEM LOCAL

Conter a vaidade. Essa máxima costuma ser apontada por dez entre dez atletas para ensinar o que é necessário para se obter sucesso em um esporte coletivo.
No caso de Sandra e Ana Paula, a fórmula foi extrapolada também para a comissão técnica.
Quando decidiram se juntar, as duas bateram o pé: queriam continuar com seus técnicos pessoais, Marcelo del Negro, o Alemão, e Marcos Miranda.
A idéia foi aceita, mas muitos torceram o nariz e viram ali um potencial calcanhar-de-aquiles.
"São dois caciques em uma mesma tribo. Não existia nenhuma experiência assim, e muita gente apostou que o projeto ia dar errado. E, confesso, nem eu achei que daria tão certo", afirma Ana Paula, que é casada com Miranda.
Para os técnicos, o segredo da parceria está na amizade, cultivada desde a adolescência, quando jogavam na seleção carioca.
Terminada a fase de atleta, os dois seguiram a mesma carreira e traçaram trajetórias semelhantes.
Miranda foi assistente técnico da seleção masculina de 1992 a 1996, quando viu o Brasil ser campeão olímpico e da Liga Mundial.
Findado o ciclo do técnico José Roberto Guimarães, Miranda passou o bastão para Alemão, que auxiliou Radamés Lattari até os Jogos de Sydney, em 2000.
"A gente se gosta, se respeita, curte as mesmas coisas muito antes de Ana Paula e Sandra existirem", conta Alemão. "Mas a gente sabia que seria importante deixar a vaidade de lado para não prejudicar o trabalho e a amizade."
A preocupação foi transportada para o dia-a-dia. As possibilidades de orientações táticas e técnicas às pupilas são sempre discutidas entre eles e, na maioria das vezes, coincidem.
Eles também encontraram uma boa forma de dividir o trabalho durante o Circuito Mundial. Enquanto um acompanha Sandra e Ana Paula na quadra, o outro faz as vezes de espião e tenta decifrar os futuros adversários, passando informações às atletas.
"Isso nos dá uma segurança muito grande. Em vários jogos nós não precisamos nem jogar. Eles deram tudo mastigado, falaram o que o adversário iria fazer. Já tínhamos até o plano B na cabeça", relembra Ana Paula. (ML)


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