Bernardinho assume culpa por revés diante da Bulgária, na estréia nas finais, e espera recuperação hoje, contra a Itália

"O time todo jogou mal. E, se isso aconteceu, é sinal de que a preparação foi feita de forma errada", diz o técnico, invicto havia 22 partidas

DA REPORTAGEM LOCAL

As lamentações e a perplexidade de Bernardinho e dos atletas (brasileiros e rivais) após o jogo denunciava o estrago.
O Brasil, favorito ao título da Liga Mundial, perdeu uma invencibilidade de 22 partidas em um ano e 14 dias, a mais longeva desde que o treinador assumiu o time, em 2001. Antes, havia ficado sem perder por 31 jogos, em um ano e oito dias.
A última derrota ocorreu para os EUA, na final da Copa América de 2005. O time não sofria um 3 a 0 desde 5 de junho daquele ano, quando caiu diante de Portugal, na Liga.
O problema, no entanto, não foi a quebra da marca, e sim como ela aconteceu. Em uma hora e 15 minutos, a seleção foi massacrada pelos búlgaros por 25/17, 25/23 e 25/20, ontem, em Moscou (Rússia).
"Fiquei surpreso com o placar. Há muito tempo não sofríamos derrota como esta", disse o levantador Marcelinho.
A Bulgária, um time em ascensão, que tem como melhor resultado em Ligas o quarto posto em 2004, era teoricamente o rival mais fraco dos brasileiros na fase final.
Hoje, a seleção pega a Itália, às 7h. Amanhã, a Rússia.
"Eles nos superaram fisicamente. Lamento pelo público que veio nos assistir e pelas pessoas que nos acompanham no Brasil. O time todo jogou mal", lamentou Bernardinho.
"E, se isso aconteceu, é sinal de que a preparação foi feita de forma errada. Sou o único responsável", completou.
O Brasil foi a equipe que teve de fazer a maior viagem para chegar a Moscou. No domingo, pegou Portugal em Fortaleza.
Para minimizar os efeitos do fuso, Bernardinho decidiu mandar seus titulares para a Itália na semana passada.
Com eles, o time iniciou o jogo ontem e não esboçou reação diante do forte saque búlgaro.
No segundo set, o treinador mexeu na equipe e colocou o levantador Marcelinho, o oposto Anderson e o ponta Murilo. A seleção até reagiu, marcou, enfim, o primeiro ponto de saque, mas logo perdeu o controle.
Os brasileiros foram mal em todos os fundamentos e marcaram metade dos pontos graças aos erros do rival. Os maiores pontuadores do time foram Giba e Anderson - seis pontos cada um. Vladimir Nikolov fez 16. "Depois de perder este jogo, fica mais difícil a classificação às semifinais", disse Bernardinho.
Com a derrota, o time, que busca o sexto título da Liga, é o último do Grupo F. Avançam às semifinais os dois mais bem classificados de cada chave.
Os jogadores e o técnico da Bulgária saíram satisfeitos com o rendimento de sua seleção, mas não ficaram convencidos com a atuação brasileira.
"Eles não mostraram o potencial deles. Estávamos concentrados, e o bloqueio e a defesa funcionaram muito bem", disse o treinador Martin Stoev.
"O jogo deles estava diferente nesta partida", estranhou o capitão Konstantinov.