São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2006

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Sem Tevez, Corinthians empaca no RS

Inoperante no ataque, time joga feio, como pregara, só se defende e encerra o 1º turno do Nacional na zona de descenso

DA REPORTAGEM LOCAL

Os corintianos prometeram. E cumpriram. Jogaram feio, se é que jogaram. Na primeira partida após a fuga de seu principal ídolo, Carlitos Tevez, a equipe praticamente só se defendeu e encerrou sua melancólica participação no primeiro turno do Brasileiro na zona de rebaixamento do torneio.
É o 18º colocado, com 20 pontos, mas pode terminar em penúltimo se o Fortaleza empatar com o Grêmio hoje.
Sem Tevez, vice-artilheiro da equipe na temporada, com 15 gols, e sem Nilmar, o goleador corintiano no ano, com 24, machucado, o técnico Emerson Leão não conseguiu vencer pela primeira vez no comando da equipe em três jogos.
Atuando no 3-6-1, o time obteve seu pior índice de finalizações no campeonato -foram apenas oito chutes, um certo. A média é de 13, 9 por partida.
"Nós não podemos nos abalar [com a saída de Tevez]. Somos empregados do clube e pagos para jogar e tirar o time dessa situação", falou o meia Roger antes do início do jogo.
Pois jogar foi o que ele e seus companheiros não fizeram. Sem referência ofensiva, o Corinthians mal passou do meio-campo. Grosso modo, foi um jogo de ataque (Juventude) contra defesa (Corinthians).
Os gaúchos cumpriam o básico. Marcavam forte, faziam a bola passar pelo meio-campo, acionavam os laterais e se movimentavam com velocidade.
Os comandados de Leão não usaram nada disso. Quando recuperavam a bola na defesa, a lançavam direto para o ataque, quase sempre para um rival. O time acertou apenas 67% de seus passes -seu percentual de aproveitamento é de 81,9%.
Leão se desesperava. Armou o time defensivamente, mas gritava do banco que seus atletas estavam muito átras. Mostra disso é que o goleiro Marcelo, com 28 reposições, foi o segundo maior passador do time, de acordo com o Datafolha.
Na primeira vez em que avançou, quase levou um gol em contra-ataque por culpa do estabanado zagueiro Marquinhos, que perdeu a bola no meio-campo. Betão salvou em cima da linha, e Christian, de frente para o gol vazio, chutou inacreditavelmente na trave.
O goleiro Marcelo, mais uma vez, foi o destaque corintiano. Salvou a equipe com três defesas difíceis. E o primeiro tempo, para a sorte de Leão e de sua equipe, terminou sem gols.
A apatia ofensiva custou caro para Roger e Nadson, que deram lugar a Renato e Rafael Moura. Mas foi Christian, do Juventude, quem ajudou o Corinthians. Lauro marcou após aproveitar nova falha do lento Marquinhos. Christian, que perdeu o gol feito por "fatalidade", estava impedido no lance.
As alterações de Leão não mudaram a postura corintiana em campo. O time continuou "sparring" do Juventude e inexistente no ataque.
Os paulistas ainda contaram com a sorte. O árbitro não viu tapa de Rosinei no rosto de Renan. Mais uma vez, os corintianos, encolhidos, rezaram para terminar o jogo. Agora, receberão no domingo o Grêmio.


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