São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2008

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BEISEBOL

Esporte oferece seus astros para voltar aos Jogos

Inclusão de jogadores da MLB, a liga profissional norte-americana da modalidade, é trunfo para retorno aos Jogos Olímpicos em 2016

LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

No beisebol, quando o técnico resolve substituir o arremessador fora de um dos oito intervalos, ele primeiro entra em campo. Caminha até o local de onde são disparados os lançamentos para avisar o cérebro da equipe que ele deixará o jogo.
A saída da modalidade do programa olímpico lembrou essa característica do esporte.
Ontem, o beisebol, que entrou no programa oficial em Barcelona-1992, despediu-se dos Jogos com uma surpresa: a Coréia do Sul rompeu o domínio cubano (o país é tricampeão) e conquistou o ouro.
Pelo manhã (horário de Pequim), os EUA ganharam do Japão por 8 a 4 e asseguraram o bronze. Na platéia, Jacques Rogge, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), acompanhou o confronto ao lado do americano Harvey Schiller, presidente da Federação Internacional de Beisebol.
Antes de deixar o estádio Wukesong, o principal dirigente do movimento olímpico comentou que Schiller -que trabalha para o retorno do esporte em 2016- é bom de lobby.
Rogge afirmou que seria bom para o beisebol ter na Olimpíada os grandes nomes da liga profissional norte-americana (MLB). Schiller diz que as negociações para isso se tornar realidade estão avançadas.
À noite Rogge não viu a vitória sul-coreana sobre Cuba por 3 a 2, jogo que teve os principais ingredientes motivadores de elogios e críticas da presença do beisebol na Olimpíada.
A partida que definiu a medalha de ouro levou 3h16min.
Os primeiros 28 minutos, gastos na entrada inicial (primeiro tempo dos nove regulamentares do esporte) foram marcados por dois home runs.
Os sul-coreanos abriram o placar (2 a 0) com uma rebatida para fora do campo de jogo. Cuba respondeu da mesma forma, mas, como não tinha atletas nas bases, o placar ficou em 2 a 1.
O jogo então ficou modorrento, sem atletas além da segunda base, por 90 minutos, o tempo de um jogo de futebol.
Nesse intervalo, o público aproveitou para ir às lanchonetes e aos bares do estádio.
Na sétima entrada (iniciada com duas horas de jogo), os asiáticos ampliaram para 3 a 1, mas houve resposta dos cubanos. O jogo foi para a última entrada com 3 a 2 no placar.
Na última participação com o bastão, Cuba chegou perto. Levou corredores às três bases, enervou o receptor adversário até causar sua expulsão, viu o arremessador sair esgotado.
Mas, com o pitcher e o catcher reservas, os orientais detiveram os campeões olímpicos com uma eliminação dupla.
Mostraram que, apesar de às vezes arrastado, o beisebol é tão emocionante como qualquer outro esporte olímpico.


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