São Paulo, segunda-feira, 24 de setembro de 2007

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Novo técnico tenta levar basquete a Pequim-08

Paulo Bassul dirige equipe feminina, pela 1ª vez, no Pré-Olímpico do Chile

Treinador põe atletas para enfrentar times masculinos para simular duelo contra EUA, principal adversário do Brasil em seletiva olímpica

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com um grupo renovado, Paulo Bassul, 39, novo técnico da seleção feminina de basquete, tem a complicada missão de classificar o Brasil para a Olimpíada de Pequim, em 2008.
O treinador dirige a equipe pela primeira vez no Pré-Olímpico de Valdivia (Chile), que começa na quarta, em busca da única vaga em disputa. Para isso, não terá a base que manteve o Brasil entre as maiores forças do mundo nos últimos 12 anos.
O time não conta mais com Helen, Janeth, Cíntia Tuiú e Alessandra, que deixaram a seleção. Adrianinha e Erika alegaram problemas pessoais. Kelly, outra veterana da equipe, acabou cortada.
"O grupo, apesar de renovado, treinou bastante junto. E evoluiu taticamente nos amistosos que fizemos com equipes masculinas", conta Bassul.
Ele assumiu a seleção no lugar de Antonio Carlos Barbosa, titular do posto nos últimos dez anos, que acumulou resultados frustrantes na Olimpíada-04 e no Mundial-06 (quarto lugar), bem como no Pan-07 (vice).
Sem poder programar jogos contra forças mundiais, o treinador optou por testar as atletas em jogos-treinos contra times cadetes (15 e 16 anos de idade) de clubes paulistas.
"Não sei se é iniciativa inovadora na seleção. Mas em clubes isso é comum", explica Bassul, responsável pelo último resultado internacional significativo do Brasil, o vice-campeonato do Mundial sub-21 de 2003.
"Um jogo contra homens exige muito mais intensidade das atletas, tanto na marcação quanto no ataque. É a melhor maneira que tínhamos de simular um duelo contra os EUA, por exemplo", diz o técnico, que também dirige o Ourinhos.
A seleção feminina perdeu todos os confrontos, mas o resultado foi o que menos importou para Bassul. "Num amistoso, a prioridade é corrigir as falhas. Por isso, foi útil", defende.
Algumas jogadoras concordam. "Os treinos mais fortes serviram para corrigir muita coisa", acredita a ala Iziane, que atua nos EUA pelo Seattle.
Para outras, os jogos foram frustrantes. "A gente não gosta de perder. É mais difícil marcar os moleques. Em alguns rebotes, que pegaria contra mulheres, acabo perdendo contra os meninos", lamenta a ala Micaela, outra titular da seleção.
A preparação mais intensa, realizada em São Paulo, servirá para encarar um desafio quase impossível: derrotar a badalada seleção dos EUA na luta pela classificação à Olimpíada.
A equipe norte-americana, que dominou o basquete nos últimos anos, fracassou no Mundial de São Paulo-06 -ficou com o bronze- e disputa o classificatório no Chile também atrás da vaga olímpica.
Para isso, escalou suas principais estrelas e terá, na seletiva, estrelas como Sue Bird, DeLisha Milton-Jones, Diana Taurasi e Tina Thompson.
Não bastasse isso, o time também convive com o fracasso da seleção masculina, que não obteve vaga em Pequim-08 no Pré-Olímpico dos EUA, encerrado no início do mês.
"Gostaria que as duas seleções [masculina e feminina] fossem para a Olimpíada. Seria importante para o basquete brasileiro. Também torço por eles", afirma Bassul, referindo-se aos homens, que ainda disputarão o Pré-Olímpico Mundial. Caso não assegure lugar em Pequim agora, o time feminino também terá a chance de disputar uma repescagem. O torneio feminino será em junho, com participação de 12 seleções e cinco vagas em disputa.

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