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Novo técnico tenta levar basquete a Pequim-08
Paulo Bassul dirige equipe feminina, pela 1ª vez, no Pré-Olímpico do Chile
Treinador põe atletas para enfrentar times masculinos para simular duelo contra EUA, principal adversário do Brasil em seletiva olímpica
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um grupo renovado,
Paulo Bassul, 39, novo técnico
da seleção feminina de basquete, tem a complicada missão de
classificar o Brasil para a Olimpíada de Pequim, em 2008.
O treinador dirige a equipe
pela primeira vez no Pré-Olímpico de Valdivia (Chile), que começa na quarta, em busca da
única vaga em disputa. Para isso, não terá a base que manteve
o Brasil entre as maiores forças
do mundo nos últimos 12 anos.
O time não conta mais com
Helen, Janeth, Cíntia Tuiú e
Alessandra, que deixaram a seleção. Adrianinha e Erika alegaram problemas pessoais.
Kelly, outra veterana da equipe, acabou cortada.
"O grupo, apesar de renovado, treinou bastante junto. E
evoluiu taticamente nos amistosos que fizemos com equipes
masculinas", conta Bassul.
Ele assumiu a seleção no lugar de Antonio Carlos Barbosa,
titular do posto nos últimos dez
anos, que acumulou resultados
frustrantes na Olimpíada-04 e
no Mundial-06 (quarto lugar),
bem como no Pan-07 (vice).
Sem poder programar jogos
contra forças mundiais, o treinador optou por testar as atletas em jogos-treinos contra times cadetes (15 e 16 anos de
idade) de clubes paulistas.
"Não sei se é iniciativa inovadora na seleção. Mas em clubes
isso é comum", explica Bassul,
responsável pelo último resultado internacional significativo
do Brasil, o vice-campeonato
do Mundial sub-21 de 2003.
"Um jogo contra homens exige muito mais intensidade das
atletas, tanto na marcação
quanto no ataque. É a melhor
maneira que tínhamos de simular um duelo contra os EUA,
por exemplo", diz o técnico,
que também dirige o Ourinhos.
A seleção feminina perdeu
todos os confrontos, mas o resultado foi o que menos importou para Bassul. "Num amistoso, a prioridade é corrigir as falhas. Por isso, foi útil", defende.
Algumas jogadoras concordam. "Os treinos mais fortes
serviram para corrigir muita
coisa", acredita a ala Iziane, que
atua nos EUA pelo Seattle.
Para outras, os jogos foram
frustrantes. "A gente não gosta
de perder. É mais difícil marcar
os moleques. Em alguns rebotes, que pegaria contra mulheres, acabo perdendo contra os
meninos", lamenta a ala Micaela, outra titular da seleção.
A preparação mais intensa,
realizada em São Paulo, servirá
para encarar um desafio quase
impossível: derrotar a badalada
seleção dos EUA na luta pela
classificação à Olimpíada.
A equipe norte-americana,
que dominou o basquete nos
últimos anos, fracassou no
Mundial de São Paulo-06 -ficou com o bronze- e disputa o
classificatório no Chile também atrás da vaga olímpica.
Para isso, escalou suas principais estrelas e terá, na seletiva, estrelas como Sue Bird, DeLisha Milton-Jones, Diana
Taurasi e Tina Thompson.
Não bastasse isso, o time
também convive com o fracasso da seleção masculina, que
não obteve vaga em Pequim-08
no Pré-Olímpico dos EUA, encerrado no início do mês.
"Gostaria que as duas seleções [masculina e feminina]
fossem para a Olimpíada. Seria
importante para o basquete
brasileiro. Também torço por
eles", afirma Bassul, referindo-se aos homens, que ainda disputarão o Pré-Olímpico Mundial. Caso não assegure lugar
em Pequim agora, o time feminino também terá a chance de
disputar uma repescagem. O
torneio feminino será em junho, com participação de 12 seleções e cinco vagas em disputa.
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