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FUTEBOL
Teixeira dispensa o primo do cargo de coordenador técnico da seleção
CBF demite Marcos Moura, seu "ex-primeiro ministro"
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-coordenador técnico da
seleção brasileira Marcos Moura
Teixeira foi demitido na sexta-feira da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Marcos Moura, primo do presidente da entidade, Ricardo Teixeira, era o representante da cúpula da CBF no trabalho dos treinadores da seleção.
O motivo da demissão do ex-coordenador técnico não foi dado
pela direção da CBF. Ontem, Ricardo Teixeira estava na Suíça.
A decisão foi tomada durante a
reunião de Teixeira com o novo
coordenador técnico da seleção
brasileira, Antônio Lopes.
Foi a primeira reunião de Lopes
com os diretores da CBF para definir os novos integrantes da comissão técnica que trabalhará
com Emerson Leão.
Chamado de ""primeiro-ministro" por funcionários da CBF por
causa de seu poder com Teixeira,
Marcos Moura trabalhava na entidade desde o início dos anos 90.
Ele ocupou vários cargos em comissões técnicas de seleções adultas e de categorias inferiores.
Na maioria das vezes, ele ocupava cargos secundários, mas com
poder para derrubar integrantes
do primeiro escalão.
Às vésperas da Copa do Mundo
de 1998, Marcos Moura foi o responsável pela demissão do então
preparador físico da seleção, Luiz
Carlos Prima, um dos homens de
confiança de Zagallo.
Recentemente, ele era o principal opositor do trabalho da psicóloga Suzy Fleury na seleção. Logo
após a eliminação dos Jogos de
Sydney, Suzy pediu demissão.
Apesar de sua influência na direção da entidade, Marcos Moura
só ocupou um cargo importante
na estrutura da comissão técnica.
Logo no início da era Luxemburgo, ele foi nomeado por Teixeira
como coordenador técnico.
Na maior parte do tempo, ele foi
auxiliar de preparação física.
Apesar de a CBF manter o silêncio em relação à saída do seu homem-forte da comissão técnica,
Marcos Moura foi o responsável
pela resposta negativa de vários
treinadores convidados para
substituir Luxemburgo.
Carlos Alberto Parreira, que foi
convidado por Lopes para comandar a seleção, recusou o convite, entre vários fatores, por não
aceitar a interferência de Marcos
Moura no seu trabalho.
Parreira não abria mão de contar com o trabalho de Américo
Faria. Durante a Copa do Mundo
de 1998, Marcos Moura e Faria se
desentenderam várias vezes.
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