São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 2000

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FUTEBOL
Teixeira dispensa o primo do cargo de coordenador técnico da seleção
CBF demite Marcos Moura, seu "ex-primeiro ministro"

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-coordenador técnico da seleção brasileira Marcos Moura Teixeira foi demitido na sexta-feira da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Marcos Moura, primo do presidente da entidade, Ricardo Teixeira, era o representante da cúpula da CBF no trabalho dos treinadores da seleção.
O motivo da demissão do ex-coordenador técnico não foi dado pela direção da CBF. Ontem, Ricardo Teixeira estava na Suíça.
A decisão foi tomada durante a reunião de Teixeira com o novo coordenador técnico da seleção brasileira, Antônio Lopes.
Foi a primeira reunião de Lopes com os diretores da CBF para definir os novos integrantes da comissão técnica que trabalhará com Emerson Leão.
Chamado de ""primeiro-ministro" por funcionários da CBF por causa de seu poder com Teixeira, Marcos Moura trabalhava na entidade desde o início dos anos 90.
Ele ocupou vários cargos em comissões técnicas de seleções adultas e de categorias inferiores.
Na maioria das vezes, ele ocupava cargos secundários, mas com poder para derrubar integrantes do primeiro escalão.
Às vésperas da Copa do Mundo de 1998, Marcos Moura foi o responsável pela demissão do então preparador físico da seleção, Luiz Carlos Prima, um dos homens de confiança de Zagallo.
Recentemente, ele era o principal opositor do trabalho da psicóloga Suzy Fleury na seleção. Logo após a eliminação dos Jogos de Sydney, Suzy pediu demissão.
Apesar de sua influência na direção da entidade, Marcos Moura só ocupou um cargo importante na estrutura da comissão técnica. Logo no início da era Luxemburgo, ele foi nomeado por Teixeira como coordenador técnico.
Na maior parte do tempo, ele foi auxiliar de preparação física.
Apesar de a CBF manter o silêncio em relação à saída do seu homem-forte da comissão técnica, Marcos Moura foi o responsável pela resposta negativa de vários treinadores convidados para substituir Luxemburgo.
Carlos Alberto Parreira, que foi convidado por Lopes para comandar a seleção, recusou o convite, entre vários fatores, por não aceitar a interferência de Marcos Moura no seu trabalho.
Parreira não abria mão de contar com o trabalho de Américo Faria. Durante a Copa do Mundo de 1998, Marcos Moura e Faria se desentenderam várias vezes.


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