|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Pressionado pelos torcedores, treinador se desliga do clube e interessa ao Santos, que procura substituto para Giba
Parreira pede demissão do Atlético-MG
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O técnico Carlos Alberto Parreira pediu demissão ontem do Atlético-MG, que divide a 16ª posição
da Copa JH com Flamengo, Inter-RS e Guarani. Ele não suportou a
pressão da torcida após o empate
em 2 a 2 com Grêmio, anteontem.
A contratação de Parreira pode
ser anunciada hoje pelo Santos,
que demitiu Giba.
Parreira, que comandou a seleção brasileira na conquista da Copa de 94, nos Estados Unidos, disse não ter mais "créditos" para
continuar à frente do time.
Xingado de "burro" pela torcida
atleticana nos dois últimos jogos,
o técnico disse que sua saída não
tem nenhuma relação com uma
suposta ida para o Santos, do qual
ele negou ter recebido convite.
"Eu não estou saindo por causa
de um ou outro convite. Isso é outra coisa. Se amanhã surgir convite do Santos ou de outro clube, me
sinto à vontade para aceitar ou
não, dependendo do meu interesse", disse. O treinador afirmou
que o único convite que recebeu
para treinar o Santos foi feito há
cerca de quatro anos, por Pelé.
Parreira disse que a situação financeira do Atlético-MG também
dificultou o seu trabalho. O clube
mineiro acumula uma dívida de
R$ 60 milhões, os salários dos jogadores estão atrasados há dois
meses e o de Parreira há pouco
mais de um mês.
Interessado no ex-técnico do
Atlético-MG, o Santos aguarda o
retorno de Miami (EUA) do presidente Marcelo Teixeira para
anunciar amanhã ou quinta-feira
o nome do treinador que substituirá Giba, demitido após a derrota por 3 a 1 para o Goiás.
Wanderley Luxemburgo, ex-técnico do Santos e da seleção
brasileira, e Paulo César Carpegiani, que está sem clube, também
são cotados para substituir Giba.
Paulo César Carpegiani foi procurado no domingo, discutiu salários e prazo de um eventual contrato, mas não acertou porque estuda proposta de outro clube e
porque as preferências dos dirigentes santistas recaem sobre
Parreira e Luxemburgo.
O ex-treinador da seleção, que
dirigiu o Santos em 1997, tem a
simpatia de uma parcela da diretoria, mas a probabilidade de Luxemburgo aceitar é menor, porque ele ainda está às voltas com
seus problemas pessoais com a
Receita Federal, que farão com
que ele preste depoimento nas
CPIs da Câmara e do Senado.
O diretor de futebol Paulo Ferreira disse ontem que o novo treinador já está contratado, mas só
será apresentado após a chegada
de Teixeira. O também diretor de
futebol Nicolino Bozzella, por sua
vez, negou que a contratação esteja concretizada.
Ele disse que na quinta-feira um
novo técnico já estará treinando o
time no CT do clube.
"Trata-se de um nome de impacto, um técnico de larga experiência no futebol. É tudo aquilo
que o Santos e a torcida querem.
Mas o regime é presidencialista, e
por isso quem vai anunciar é o
presidente Marcelo Teixeira",
afirmou Ferreira, sem revelar o
nome do treinador a que estava se
referindo.
Ontem, em entrevista por telefone à rádio CBN-Santos, de Miami, Teixeira disse que o clube trabalhava com uma lista de cinco
nomes e deu a entender que o preferido seria Parreira.
Segundo o dirigente, o Santos
aguardava o desfecho da saída do
treinador do clube mineiro.
"Para conversar com ele (Parreira), queremos primeiro uma
definição do Atlético-MG", declarou o dirigente santista.
Texto Anterior: CBF omite valor de contrato à CPI Próximo Texto: Giba reclama de desmando e rejeita cargo Índice
|