São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 2000

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FUTEBOL
Pressionado pelos torcedores, treinador se desliga do clube e interessa ao Santos, que procura substituto para Giba
Parreira pede demissão do Atlético-MG

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O técnico Carlos Alberto Parreira pediu demissão ontem do Atlético-MG, que divide a 16ª posição da Copa JH com Flamengo, Inter-RS e Guarani. Ele não suportou a pressão da torcida após o empate em 2 a 2 com Grêmio, anteontem.
A contratação de Parreira pode ser anunciada hoje pelo Santos, que demitiu Giba.
Parreira, que comandou a seleção brasileira na conquista da Copa de 94, nos Estados Unidos, disse não ter mais "créditos" para continuar à frente do time.
Xingado de "burro" pela torcida atleticana nos dois últimos jogos, o técnico disse que sua saída não tem nenhuma relação com uma suposta ida para o Santos, do qual ele negou ter recebido convite.
"Eu não estou saindo por causa de um ou outro convite. Isso é outra coisa. Se amanhã surgir convite do Santos ou de outro clube, me sinto à vontade para aceitar ou não, dependendo do meu interesse", disse. O treinador afirmou que o único convite que recebeu para treinar o Santos foi feito há cerca de quatro anos, por Pelé.
Parreira disse que a situação financeira do Atlético-MG também dificultou o seu trabalho. O clube mineiro acumula uma dívida de R$ 60 milhões, os salários dos jogadores estão atrasados há dois meses e o de Parreira há pouco mais de um mês.
Interessado no ex-técnico do Atlético-MG, o Santos aguarda o retorno de Miami (EUA) do presidente Marcelo Teixeira para anunciar amanhã ou quinta-feira o nome do treinador que substituirá Giba, demitido após a derrota por 3 a 1 para o Goiás.
Wanderley Luxemburgo, ex-técnico do Santos e da seleção brasileira, e Paulo César Carpegiani, que está sem clube, também são cotados para substituir Giba.
Paulo César Carpegiani foi procurado no domingo, discutiu salários e prazo de um eventual contrato, mas não acertou porque estuda proposta de outro clube e porque as preferências dos dirigentes santistas recaem sobre Parreira e Luxemburgo.
O ex-treinador da seleção, que dirigiu o Santos em 1997, tem a simpatia de uma parcela da diretoria, mas a probabilidade de Luxemburgo aceitar é menor, porque ele ainda está às voltas com seus problemas pessoais com a Receita Federal, que farão com que ele preste depoimento nas CPIs da Câmara e do Senado.
O diretor de futebol Paulo Ferreira disse ontem que o novo treinador já está contratado, mas só será apresentado após a chegada de Teixeira. O também diretor de futebol Nicolino Bozzella, por sua vez, negou que a contratação esteja concretizada.
Ele disse que na quinta-feira um novo técnico já estará treinando o time no CT do clube.
"Trata-se de um nome de impacto, um técnico de larga experiência no futebol. É tudo aquilo que o Santos e a torcida querem. Mas o regime é presidencialista, e por isso quem vai anunciar é o presidente Marcelo Teixeira", afirmou Ferreira, sem revelar o nome do treinador a que estava se referindo.
Ontem, em entrevista por telefone à rádio CBN-Santos, de Miami, Teixeira disse que o clube trabalhava com uma lista de cinco nomes e deu a entender que o preferido seria Parreira.
Segundo o dirigente, o Santos aguardava o desfecho da saída do treinador do clube mineiro.
"Para conversar com ele (Parreira), queremos primeiro uma definição do Atlético-MG", declarou o dirigente santista.


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