São Paulo, sábado, 24 de outubro de 2009

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Todt assume a FIA com Schumacher a reboque

Ex-diretor da Ferrari vence eleição e cogita integrar pupilo em sua gestão

Apoiado por Max Mosley, francês conquista grande maioria dos votos e deve seguir linha de antecessor no comando da entidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Com uma vitória tranquila, o francês Jean Todt, 63, foi eleito ontem o novo presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), encerrando a era Max Mosley, que perdurava desde 1993. Ele superou o finlandês Ari Vatanen, ex-piloto de rali, por 135 votos a 49. Houve ainda 12 abstenções.
Ex-diretor da Ferrari, Todt deu indícios de que sua gestão terá o auxílio de Michael Schumacher. Ao lado do francês, o ex-piloto alemão conquistou cinco de seus sete títulos na F-1.
Uma das propostas de campanha de Todt, que foi eleito para um período de quatro anos, é a introdução de comissários responsáveis pelo comando das categorias.
O francês não descartou a possibilidade de delegar um cargo a Schumacher enquanto estiver no comando da FIA.
"Ele é como um filho. Sempre houve e sempre haverá um lugar para ele perto de mim."
Presente na cerimônia de votação, realizada em um hotel de Paris, o alemão comemorou a vitória de seu ex-chefe.
"É muito positivo", disse Schumacher, que se aposentou das pistas em 2006, mas segue na Ferrari como consultor.
Quem também celebrou a eleição de Todt foi Mosley, cuja gestão chega ao fim manchada por escândalos na F-1.
"Todt é um homem muito honesto e direto. Não poderíamos ter alguém melhor do que ele [para assumir o cargo]", declarou o inglês, que apoiou a candidatura do francês.
O novo presidente deve seguir os passos de seus sucessor e não fará mudanças drásticas na entidade durante sua gestão. "Sou contra a ideia de mudar tudo. Prefiro falar sobre mudança construtiva. O que funcionava havia dez anos não funciona mais", afirmou Todt.
Ontem, o francês disse que espera ver de novo a disputa de uma etapa de F-1 em seu país.
O GP da França não foi disputado neste ano por falta de dinheiro dos organizadores para pagar as taxas exigidas pela FOM, entidade que comanda comercialmente a categoria.
"Isso [retorno da etapa francesa ao calendário] vai fazer parte de um dossiê que eu vou analisar", declarou Todt.
A linha continuísta do novo comandante da FIA desagradou ao derrotado no pleito.
"Duvido de que ele seja capaz de dar um novo começo à FIA, mas espero que eu esteja errado. Todt tem muitas qualidades, mas, se ele quer deixar suas pegadas na FIA, tem que renová-la", afirmou Vatanen.
O finlandês chegou a se queixar da falta de transparência no pleito de ontem, apesar de o processo ter sido acompanhado de perto por um fiscal da Justiça francesa, algo que o próprio finlandês havia pedido.
"Quando as pessoas dizem três vezes que compartilham dos mesmos valores democráticos que você e logo depois votam em outra coisa, é muito decepcionante. Não para mim, mas para a democracia."


Com agências internacionais


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