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Todt assume a FIA com Schumacher a reboque
Ex-diretor da Ferrari vence eleição e cogita integrar pupilo em sua gestão
Apoiado por Max Mosley, francês conquista grande maioria dos votos e deve seguir linha de antecessor no comando da entidade
DA REPORTAGEM LOCAL
Com uma vitória tranquila, o
francês Jean Todt, 63, foi eleito
ontem o novo presidente da
FIA (Federação Internacional
de Automobilismo), encerrando a era Max Mosley, que perdurava desde 1993. Ele superou
o finlandês Ari Vatanen, ex-piloto de rali, por 135 votos a 49.
Houve ainda 12 abstenções.
Ex-diretor da Ferrari, Todt
deu indícios de que sua gestão
terá o auxílio de Michael Schumacher. Ao lado do francês, o
ex-piloto alemão conquistou
cinco de seus sete títulos na F-1.
Uma das propostas de campanha de Todt, que foi eleito
para um período de quatro
anos, é a introdução de comissários responsáveis pelo comando das categorias.
O francês não descartou a
possibilidade de delegar um
cargo a Schumacher enquanto
estiver no comando da FIA.
"Ele é como um filho. Sempre houve e sempre haverá um
lugar para ele perto de mim."
Presente na cerimônia de votação, realizada em um hotel de
Paris, o alemão comemorou a
vitória de seu ex-chefe.
"É muito positivo", disse
Schumacher, que se aposentou
das pistas em 2006, mas segue
na Ferrari como consultor.
Quem também celebrou a
eleição de Todt foi Mosley, cuja
gestão chega ao fim manchada
por escândalos na F-1.
"Todt é um homem muito
honesto e direto. Não poderíamos ter alguém melhor do que
ele [para assumir o cargo]", declarou o inglês, que apoiou a
candidatura do francês.
O novo presidente deve seguir os passos de seus sucessor
e não fará mudanças drásticas
na entidade durante sua gestão.
"Sou contra a ideia de mudar
tudo. Prefiro falar sobre mudança construtiva. O que funcionava havia dez anos não funciona mais", afirmou Todt.
Ontem, o francês disse que
espera ver de novo a disputa de
uma etapa de F-1 em seu país.
O GP da França não foi disputado neste ano por falta de
dinheiro dos organizadores para pagar as taxas exigidas pela
FOM, entidade que comanda
comercialmente a categoria.
"Isso [retorno da etapa francesa ao calendário] vai fazer
parte de um dossiê que eu vou
analisar", declarou Todt.
A linha continuísta do novo
comandante da FIA desagradou ao derrotado no pleito.
"Duvido de que ele seja capaz
de dar um novo começo à FIA,
mas espero que eu esteja errado. Todt tem muitas qualidades, mas, se ele quer deixar suas
pegadas na FIA, tem que renová-la", afirmou Vatanen.
O finlandês chegou a se queixar da falta de transparência no
pleito de ontem, apesar de o
processo ter sido acompanhado de perto por um fiscal da
Justiça francesa, algo que o
próprio finlandês havia pedido.
"Quando as pessoas dizem
três vezes que compartilham
dos mesmos valores democráticos que você e logo depois votam em outra coisa, é muito decepcionante. Não para mim,
mas para a democracia."
Com agências internacionais
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