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Em crise, Brasil disputa Mundial
GOLFE
Confederação alega indisciplina para cortar atleta, e pai pede demissão do comando da seleção
FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO
O golfe brasileiro compete
em crise no primeiro Mundial
após o retorno da modalidade ao programa olímpico.
Os treinos oficiais do Troféu Eisenhower, a disputa
masculina do torneio amador, começam hoje, em Buenos Aires, na Argentina.
A menos de dois meses da
competição, a CBG (Confederação Brasileira de Golfe) cortou um dos três integrantes
da equipe, o que acabou provocando a saída do técnico.
A confederação afirma que
vetou Felipe Navarro por indisciplina, mas que conta
com o jogador no futuro.
O golfista ganhou a vaga
para o Mundial ao terminar
em primeiro no ranking de
uma série de quatro torneios
escolhidos pela entidade.
Outra vaga foi dada ao
campeão do Brasileiro e a terceira foi indicação da CBG.
A entidade afirma que elaborou para Felipe um plano
de trabalho nos EUA, que
não foi cumprido. "Ele sabia
que, se não cumprisse, estaria fora", afirmou o presidente da entidade, Rachid Orra.
Pai de Felipe e técnico da
seleção, Rafael Navarro disse
que o filho só voltou dos EUA
antes do previsto para se tratar de uma depressão.
"Ele recebeu um e-mail dizendo que a mudança seria
por questões técnicas", disse
Rafael. "Mas ele conquistou
a vaga em campo. É um negócio muito esquisito."
O treinador afirma que Felipe teria tempo para se tratar
e disputar o Mundial, mas
acabou cortado também do
Sul-Americano, no final do
mês que vem. "Daí eu pedi
para sair. Não tinha clima para ficar", declarou o pai.
Rafael afirma que o corte
do filho foi uma questão política, que prejudica o desempenho do golfe brasileiro.
"Na América do Sul, a gente só perde da Argentina em
número de praticantes e de
campos, mas somos fregueses de todo mundo", disse.
Para Felipe, o corte pode
ter uma motivação pessoal.
"De repente, o presidente
não gosta muito de mim. Ele
tomou a atitude que saiu da
cabeça dele, sem consultar
ninguém, e o cara não entende muito de golfe", afirmou.
O dirigente procura não
alimentar a polêmica: "Às
vezes temos que tomar atitude um pouco mais rígida".
Ele disse que a inclusão do
golfe na Olimpíada do Rio-
-2016 precisa ser aproveitada. "O golfe está entrando na
mídia. Por isso, temos que
dar alavancada grande."
Mas o substituto de Felipe
expõe a fragilidade do esporte no Brasil. Líder do ranking,
Guilherme Oda é autodidata,
já que não tem condições para contratar um técnico.
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