São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2010

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Em crise, Brasil disputa Mundial

GOLFE
Confederação alega indisciplina para cortar atleta, e pai pede demissão do comando da seleção


FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

O golfe brasileiro compete em crise no primeiro Mundial após o retorno da modalidade ao programa olímpico.
Os treinos oficiais do Troféu Eisenhower, a disputa masculina do torneio amador, começam hoje, em Buenos Aires, na Argentina.
A menos de dois meses da competição, a CBG (Confederação Brasileira de Golfe) cortou um dos três integrantes da equipe, o que acabou provocando a saída do técnico.
A confederação afirma que vetou Felipe Navarro por indisciplina, mas que conta com o jogador no futuro.
O golfista ganhou a vaga para o Mundial ao terminar em primeiro no ranking de uma série de quatro torneios escolhidos pela entidade.
Outra vaga foi dada ao campeão do Brasileiro e a terceira foi indicação da CBG.
A entidade afirma que elaborou para Felipe um plano de trabalho nos EUA, que não foi cumprido. "Ele sabia que, se não cumprisse, estaria fora", afirmou o presidente da entidade, Rachid Orra.
Pai de Felipe e técnico da seleção, Rafael Navarro disse que o filho só voltou dos EUA antes do previsto para se tratar de uma depressão.
"Ele recebeu um e-mail dizendo que a mudança seria por questões técnicas", disse Rafael. "Mas ele conquistou a vaga em campo. É um negócio muito esquisito."
O treinador afirma que Felipe teria tempo para se tratar e disputar o Mundial, mas acabou cortado também do Sul-Americano, no final do mês que vem. "Daí eu pedi para sair. Não tinha clima para ficar", declarou o pai.
Rafael afirma que o corte do filho foi uma questão política, que prejudica o desempenho do golfe brasileiro.
"Na América do Sul, a gente só perde da Argentina em número de praticantes e de campos, mas somos fregueses de todo mundo", disse.
Para Felipe, o corte pode ter uma motivação pessoal.
"De repente, o presidente não gosta muito de mim. Ele tomou a atitude que saiu da cabeça dele, sem consultar ninguém, e o cara não entende muito de golfe", afirmou.
O dirigente procura não alimentar a polêmica: "Às vezes temos que tomar atitude um pouco mais rígida".
Ele disse que a inclusão do golfe na Olimpíada do Rio- -2016 precisa ser aproveitada. "O golfe está entrando na mídia. Por isso, temos que dar alavancada grande."
Mas o substituto de Felipe expõe a fragilidade do esporte no Brasil. Líder do ranking, Guilherme Oda é autodidata, já que não tem condições para contratar um técnico.


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