PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo entrou em campo ontem com um objetivo: aproveitar o jogo em casa contra o Vitória, uma equipe já sem maiores pretensões no Campeonato Brasileiro, para vencer e, antes de fazer dois jogos seguidos como visitante, ficar mais próximo da vaga para a Libertadores-2004.
E conseguiu. Venceu, de virada, por 3 a 1, e chegou aos 74 pontos na tabela -é o terceiro colocado na classificação, com três pontos de vantagem sobre o São Caetano, que aparece em quarto.
Mesmo antes de jogar, o São Paulo já tinha uma rodada a seu favor -fora beneficiado pelos tropeços de Internacional e Coritiba, dois de seus rivais diretos por um lugar no torneio continental.
O São Paulo, que nesta reta final de campeonato não conta com sua dupla de ataque titular -sobretudo o artilheiro Luis Fabiano- começou o jogo com o polivalente Gustavo Nery como atacante, mas sem conseguir chegar à área do Vitória para finalizar.
O time baiano defendia-se com três zagueiros, dois volantes e mais os laterais e congestionava a intermediária de seu campo de defesa com até nove atletas.
Com isso, os laterais são-paulinos foram obrigados a sair mais para o ataque, o que proporcionava espaços para o contragolpe.
E foi dessa forma, pela lateral, que o Vitória abriu o placar na primeira vez que foi à frente. Aos 21min, Tiago Matos recebeu pelo lado direito do campo, nas costas de Fabiano, e cruzou para o meio da área para Alecsandro, entre Gabriel e Adriano, tocar para o gol na saída de Rogério.
Com a desvantagem no placar, o time paulista mudou sua forma de jogar. O volante Adriano recuou e passou a atuar como um terceiro zagueiro. O meio-campo deixou de tentar tocar a bola até o ataque e começou a arriscar lançamentos para os atacantes Diego e Gustavo Nery.
As alterações deram resultado. o contra-ataque baiano já não era tão eficiente e, principalmente, as chances de chegar ao empate começaram a ser criadas.
E, aos 31min, o time do Morumbi fez seu primeiro gol. Gustavo Nery foi lançado, invadiu a área, driblou o goleiro Juninho -que saiu mal do gol- e cruzou para Diego cabecear para a rede: 1 a 1.
Mesmo após sofrer o empate, o Vitória manteve seu posicionamento defensivo, mas sem a mesma eficiência do início do confronto. O São Paulo já conseguia trocar passes no campo de ataque e passou a finalizar mais. Aos 41min, o time conseguiu a virada. Carlos Alberto rolou a bola para Souza. O meia dominou na meia-lua e chutou rasteiro, no canto esquerdo de Juninho.
Na comemoração, o jogador, que ficou quase seis meses afastado dos gramados por contusão e fazia ontem seu segundo jogo como titular após seu retorno, foi comemorar o gol sobre o escudo do clube, na lateral do campo.
No intervalo, os são-paulinos comemoravam a reação. "Tivemos duas oportunidades e as aproveitamos", disse Diego. No segundo tempo, o Vitória abandonou a retranca, o que deixou a partida com um ritmo mais acelerado. Com isso, foi o São Paulo quem passou a explorar o contragolpe. E foi assim que, após sofrer grande pressão durante quase toda a segunda etapa, o time do Morumbi ratificou a vitória.
Aos 39min, Fabiano lançou Rico, que invadiu a área e rolou para Fábio Simplício, livre de marcação, rolar a bola para o gol.
A partir dali, o São Paulo apenas segurou o jogo e ouviu de sua torcida, que durante a pressão sofrida no segundo tempo chamara o técnico Roberto Rojas de "burro", cantar o hino e comemorar a proximidade do retorno a Libertadores da América.


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