São Paulo, terça-feira, 24 de novembro de 2009

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letargia

STJD pouco influencia no Brasileiro

Alvo de reclamações dos clubes, tribunal pune somente um a cada quatro jogadores julgados ao longo do campeonato

Times paulistas insinuam que STJD favorece equipes do Rio, mas cariocas foram mais punidos pelas decisões do órgão neste Nacional

CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL

Alvo da ira de clubes nas últimas semanas, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) exerceu pouca influência na escalação das equipes no Campeonato Brasileiro.
Dos 167 atletas da Série A julgados pelo tribunal até agora, só 41 -ou 24,5% dos julgamentos- tiveram como resultado uma punição além da suspensão automática, obrigatória em casos de cartão vermelho.
Ou seja: 75,5% das decisões do STJD não tiveram qualquer efeito prático para os jogadores e para os clubes -os atletas foram absolvidos ou condenados a apenas uma partida de gancho, já cumprida em virtude da suspensão automática.
O tribunal, porém, passou a aplicar penas mais pesadas à medida em que o campeonato avança para seu fim. Por isso, é constantemente acusado de "incoerência" pelos clubes na reta final do torneio, apesar de 3 em cada 4 julgamentos não terem nenhum efeito prático.
São Paulo e Palmeiras são os times que mais se queixam da atuação do STJD. Seus dirigentes insinuaram, nas últimas semanas, que o órgão faz parte de um complô a favor das equipes cariocas no Brasileiro-2009.
Mas, pelos resultados dos julgamentos, a acusação dos dois clubes, que ainda estão na disputa pelo título, não procede.
O Palmeiras reclama da punição ao atacante Vagner Love, condenado a dois jogos de suspensão em outubro, e da condenação a 270 dias de suspensão ao presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo -80 deles porque o dirigente acusou um auditor do tribunal de favorecimento ao Flamengo.
Já o São Paulo se queixa da perda do mando de campo na última rodada do campeonato, contra o Sport, e da suspensão conjunta, por três partidas, dada a três jogadores da equipe -Jean, Dagoberto e Borges.
No entanto esses foram os únicos casos, durante o campeonato, em que os dois clubes foram condenados. No resto do Brasileiro, todos os julgamentos envolvendo são-paulinos e palmeirenses tiveram decisão favorável aos jogadores.
Quando julgou atletas do Flamengo e do Fluminense, porém, o tribunal foi mais duro.
Foram cinco condenações envolvendo flamenguistas, enquanto quatro atletas do Fluminense viraram desfalque após serem julgados.
Contudo, a despeito das severas críticas ao STJD após decisões do órgão terem atingido seus times, cartolas de São Paulo e Palmeiras afirmam que a forma como são feitos os julgamentos não deve mudar.
"Acho que o STJD funciona bem. Minha única restrição é ele se envolver em casos não relatados pela súmula do árbitro. É um precedente perigoso", disse Toninho Cecílio, gerente de futebol do Palmeiras, referindo-se ao caso do zagueiro Danilo, julgado -e absolvido- após um carrinho violento no duelo contra o Corinthians. O tribunal considerou a punição com cartão amarelo, durante a partida, como insuficiente.
"Mesmo nos casos em que a pena não é justa, há a possibilidade de recurso no pleno. O sistema funciona bem", concorda João Paulo de Jesus Lopes, diretor de futebol do São Paulo.


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