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letargia
STJD pouco influencia no Brasileiro
Alvo de reclamações dos clubes, tribunal pune somente um a cada quatro jogadores julgados ao longo do campeonato
Times paulistas insinuam que STJD favorece equipes do Rio, mas cariocas foram mais punidos pelas decisões do órgão neste Nacional
CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL
Alvo da ira de clubes nas últimas semanas, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) exerceu pouca influência na escalação das equipes no Campeonato Brasileiro.
Dos 167 atletas da Série A julgados pelo tribunal até agora,
só 41 -ou 24,5% dos julgamentos- tiveram como resultado
uma punição além da suspensão automática, obrigatória em
casos de cartão vermelho.
Ou seja: 75,5% das decisões
do STJD não tiveram qualquer
efeito prático para os jogadores
e para os clubes -os atletas foram absolvidos ou condenados
a apenas uma partida de gancho, já cumprida em virtude da
suspensão automática.
O tribunal, porém, passou a
aplicar penas mais pesadas à
medida em que o campeonato
avança para seu fim. Por isso, é
constantemente acusado de
"incoerência" pelos clubes na
reta final do torneio, apesar de
3 em cada 4 julgamentos não
terem nenhum efeito prático.
São Paulo e Palmeiras são os
times que mais se queixam da
atuação do STJD. Seus dirigentes insinuaram, nas últimas semanas, que o órgão faz parte de
um complô a favor das equipes
cariocas no Brasileiro-2009.
Mas, pelos resultados dos julgamentos, a acusação dos dois
clubes, que ainda estão na disputa pelo título, não procede.
O Palmeiras reclama da punição ao atacante Vagner Love,
condenado a dois jogos de suspensão em outubro, e da condenação a 270 dias de suspensão ao presidente do clube,
Luiz Gonzaga Belluzzo -80 deles porque o dirigente acusou
um auditor do tribunal de favorecimento ao Flamengo.
Já o São Paulo se queixa da
perda do mando de campo na
última rodada do campeonato,
contra o Sport, e da suspensão
conjunta, por três partidas, dada a três jogadores da equipe
-Jean, Dagoberto e Borges.
No entanto esses foram os
únicos casos, durante o campeonato, em que os dois clubes
foram condenados. No resto do
Brasileiro, todos os julgamentos envolvendo são-paulinos e
palmeirenses tiveram decisão
favorável aos jogadores.
Quando julgou atletas do
Flamengo e do Fluminense,
porém, o tribunal foi mais duro.
Foram cinco condenações
envolvendo flamenguistas, enquanto quatro atletas do Fluminense viraram desfalque
após serem julgados.
Contudo, a despeito das severas críticas ao STJD após decisões do órgão terem atingido
seus times, cartolas de São Paulo e Palmeiras afirmam que a
forma como são feitos os julgamentos não deve mudar.
"Acho que o STJD funciona
bem. Minha única restrição é
ele se envolver em casos não relatados pela súmula do árbitro.
É um precedente perigoso",
disse Toninho Cecílio, gerente
de futebol do Palmeiras, referindo-se ao caso do zagueiro
Danilo, julgado -e absolvido-
após um carrinho violento no
duelo contra o Corinthians. O
tribunal considerou a punição
com cartão amarelo, durante a
partida, como insuficiente.
"Mesmo nos casos em que a
pena não é justa, há a possibilidade de recurso no pleno. O sistema funciona bem", concorda
João Paulo de Jesus Lopes, diretor de futebol do São Paulo.
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