São Paulo, terça-feira, 24 de novembro de 2009

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VÔLEI

Final feliz


O Brasil foi campeão com Bruno inspirado e Leandro Vissotto, Lucas e Murilo se consolidando na nova seleção

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O ANO que marcou a entrada de novos titulares na seleção terminou com um final feliz para o vôlei brasileiro: o título da Copa dos Campeões. Leandro Vissotto, Lucas e Murilo substituíram, respectivamente, André Nascimento, Gustavo e Dante. Vai ser difícil eles perderem as vagas no time.
Em 2010, tem Campeonato Mundial e a tendência é que todos os jogadores que estavam fora da seleção queiram voltar. Com Leandro Vissoto, 2,12 m, e Lucas, 2,09 m, o time ganhou altura e força física. Para completar, os dois têm boa sintonia com o levantador Bruno.
Quem acompanhou os jogos da Copa dos Campeões deve ter ficado um pouco decepcionado com os adversários do Brasil. A maior decepção foi a Polônia, atual campeã europeia e com um oposto talentoso, Kurek, 21. O time perdeu para todo mundo. Só ganhou do Irã e do Egito. Difícil entender o que aconteceu.
Contra o Brasil, o técnico da Polônia, o argentino Daniel Castellani, começou o duelo com Kurek no banco. Melhor para a seleção, que fez o seu melhor jogo no torneio.
Dos outros rivais, quem poderia duvidar de que o Brasil não fosse ganhar de Irã, Egito e Japão? Ok, essas seleções evoluíram, mas não são do grupo de elite. O Irã, por exemplo, tem conseguido bons resultados nas categorias de base. No Mundial infantojuvenil, ficou com a prata.
No início deste mês, no Mundial de Clubes, foi um time do Irã, o Payakan, que bateu o Florianópolis. E, por incrível que pareça, foi contra Irã e Egito que o Brasil fez suas piores partidas na Copa dos Campeões.
Pela falta de concentração e o histórico dos rivais, o Brasil relaxou e errou muito. Contra o Egito, venceu por 3 a 0, mas deu aos adversários 24 pontos com erros, quase um set.
O Japão, do oposto canhoto Shimizu, está com um time com mais força. Na Liga Mundial, ganhou de Rússia e Bulgária. Mas ainda faltam centrais com mais potencial físico.
Os dois titulares, Matsumoto, 1,93 m, e Tomimatsu, 1,91 m, são baixinhos para os padrões atuais do vôlei.
O único grande adversário do Brasil foi Cuba, que está com um time bem jovem. O titular mais velho é o central Camejo, 26. O mais jovem é Wilfredo Leon, o garoto prodígio de 16 anos. O capitão é o central Simon, 22, e que traz o número da sua camisa, 13, desenhado na nuca.
O time esbanja força física: salta muito e tem uma pancada absurda no ataque e no saque. Simon terminou o torneio como o dono dos melhores saque e bloqueio. O que falta ao time é algo já histórico no vôlei masculino cubano: equilíbrio emocional nos momentos decisivos.
E é exatamente essa a grande qualidade do Brasil: a seleção pode até não jogar bem, mas cresce nos momentos decisivos. O bacana também foi a atuação do Bruno, eleito o melhor levantador do torneio.

cidasan@uol.com.br


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