São Paulo, terça-feira, 24 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em baixa, Palmeiras dá desconto nos ingressos

Após majorar preços nos tempos de líder, clube reduz valores em todo o estádio

Diretoria afirma que redução de até 50% nos bilhetes já estava planejada e é para "agradecer" ao torcedor pelo apoio dado o ano inteiro

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para ver o time na liderança, o torcedor do Palmeiras teve de colocar a mão no bolso. Agora que a equipe caiu para o quarto lugar e precisa vencer de qualquer jeito, ele ganhou desconto.
A diretoria decidiu reduzir o preço dos ingressos em todos os setores do Parque Antarctica para a partida diante do Atlético-MG, no próximo domingo, que poderá recolocar o clube na disputa pelo título do Brasileiro ou até afastá-lo do G4.
Para as arquibancadas, que custavam R$ 40, a torcida vai pagar R$ 20 (50% de desconto).
Apenas na estreia da equipe em casa, diante do Coritiba, e no duelo ante o Vitória, cerca de um mês depois, o ingresso custou o mesmo que agora. Isso porque havia "concorrência" com a Taça Libertadores.
Em outros lugares, os valores despencaram ainda mais se comparados com a última exibição palmeirense em casa, contra o Sport, no dia 11.
As numeradas descobertas, por exemplo, passaram de R$ 80 para R$ 30. As cobertas foram de R$ 150 para R$ 60.
Até mesmo o camarote premium, setor mais nobre do Parque Antarctica, sofreu queda (de R$ 200 para R$ 100).
O diretor financeiro do Palmeiras, Fábio Raiola, negou que os preços tenham sido alterados em razão da queda do time no Campeonato Brasileiro.
"Independentemente da posição em que o Palmeiras estivesse hoje, faríamos a mesma coisa. Queremos agradecer ao torcedor por tudo o que ele fez pelo time no ano", disse Raiola.
Segundo o diretor, a decisão foi tomada em reunião com o vice Gilberto Cipullo e o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo.
Quando o clube estava em alta, porém, uma das primeiras medidas dos cartolas foi majorar os ingressos, que custavam R$ 30 no local mais barato -as arquibancadas- e passaram para os R$ 40 que figuraram na maior parte do campeonato.
A iniciativa foi feita logo após a vitória sobre o Internacional (2 a 1), em 22 de agosto, quando a equipe abriu dois pontos de vantagem sobre o Goiás, então o segundo colocado do torneio.
Na época, Raiola afirmara à Folha: "Com o time bem, o torcedor vai sempre apoiar".
De fato, nos dois jogos seguintes que fez em casa -contra Barueri e Atlético-PR-, o clube manteve a média de público alta (cada um foi visto por mais de 23,3 mil pagantes) e bateu recordes de arrecadação.
Contribuiu para o sucesso da investida dos dirigentes a boa campanha da equipe, até então invicta em seu estádio.
Curiosamente, dois jogos depois de ter inflacionado os preços dos bilhetes, o time entrou em declínio e só venceu um dos quatro duelos que disputou em casa, contra o Goiás.
Diante do Sport, o reflexo da queda alviverde atingiu as bilheterias. Mesmo sendo um confronto decisivo, ele foi visto por 17.133 pagantes, público abaixo da média do clube no Brasileiro -18.037, de acordo com as estatísticas da CBF.
"Quando o jogo é às dez horas da noite fica difícil. Aí, nem se colocar o ingresso a R$ 10 você enche o estádio", diz Raiola.


Texto Anterior: José Roberto Torero: Indefinições definidas
Próximo Texto: Reforço: Cleiton Xavier luta para voltar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.