São Paulo, quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

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FUTEBOL

Barça e Messi merecem isso tudo?


Por questões históricas, românticas e de justiça, o mundo precisava ter o time catalão e seu gênio no topo

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

SERÁ que cada um tem exatamente aquilo que merece? Será que o melhor time e o melhor jogador de 2009 mereceram?
Quase sempre quando comento jogos pinta alguma pergunta do tipo "O resultado é justo?". E eu sempre respondo que não sou muito de falar em "merecimento". Se uma equipe dominou a partida toda, jogou fora as suas 300 chances e perdeu, paciência, futebol tem dessas coisas.
Não vou analisar a superioridade do Barcelona em relação ao Estudiantes, algo flagrante antes e depois de a bola rolar em Abu Dhabi (16 x 3 em finalizações, 10 x 3 em escanteios, 64% de posse de bola...). A questão é filosófica, conceitual (rs).
O Barça, não é de agora, representa um monte de coisas boas que mereciam o lugar mais alto do planeta.
Separo os clubes em quatro níveis.
Se no geral falam em times grandes, médios e pequenos, acrescento outra categoria: a dos gigantes. O Barcelona, faz tempo, está nesse grupo acima de tudo, e não é o Mundial que fez o clube ter um "tamanho maior".
O Barça sentia falta e necessitava do Mundial, mas o Mundial também sentia falta e necessitava do Barça.
Há clubes que já foram campeões mundiais e que não são gigantes e há clubes que independem do sucesso em campo em uma ou outra temporada para estar no Olimpo da bola.
Gosto do Estudiantes, é meu "segundo time" na Argentina, sou fã do Verón (pelo jogador e pelo cara que é) e ficaria feliz se o Pincha vencesse, mas o ano já foi épico para o clube de La Plata. A coroa ficou em melhores mãos com o Barça. Acabei torcendo por ele por questão de justiça, história, merecimento. É jogo vistoso (escola holandesa), Unicef (nada de patrocínio), categoria de base (Messi)...
Chegamos ao Messi. Não posso dizer que é um cara legal, pois não o conheço, porém seu maior pecado é "ser europeu, espanhol ou catalão".
Ele não é nada disso! Se foi cedo para a Espanha foi porque a sua família não tinha condições de bancar seu tratamento na Argentina. Ele teve que crescer um pouco, literalmente, no exterior. Podia defender a seleção da Espanha e não quis. Ele é o melhor sim, é argentino e é humilde.

O CR7 MERECEU?
Não! Dentre os dez finalistas de "melhor gol", o chutaço de longe do atual CR9 foi um dos menos bacanas. Pode ser um prêmio de consolação ou uma vitória do marketing.

A MARTA MERECEU?
Boa pergunta. Ela é a melhor do mundo pelo talento que tem. Mas, pegando apenas os feitos em 2009, seria mais justo dar o prêmio para Inka Grings, que, sem marketing, foi só a quinta colocada da Fifa.

EU MEREÇO?
Na próxima semana, a coluna não será publicada. Nos vemos só em 2010. Como diz humilde comentarista de TV que adoro: um abrááço!

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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