São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2004

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Pesquisas do Datafolha nos últimos dez anos apontam estabilidade no número de torcedores dos grandes na capital paulista

Fidelidade ao time é marca paulistana

DA REPORTAGEM LOCAL

O corintiano tem a fama de fiel, mas a pesquisa Datafolha sobre a preferência do paulistano no futebol mostra que esse adjetivo vale para os outros grandes da cidade.
Mesmo com a gangorra de títulos, campanhas ruins e até rebaixamento, a fatia de cada equipe no bolo dos torcedores pouco mudou nos últimos dez anos.
Entre os levantamentos do Datafolha em maio de 1993 e agora, a variação dos fãs de Corinthians, Palmeiras, Santos foi praticamente inexistente. Apenas o São Paulo, que viveu um período excepcional no início dos anos 90, mas que logo voltou aos patamares tradicionais, registrou variação maior, de 11 pontos percentuais.
Nesses dez anos, o Corinthians conquistou taças como nunca antes na sua história. Foram, entre outros, dois Brasileiros, cinco Paulistas e o Mundial da Fifa.
Tudo isso não foi capaz de fazer o clube ganhar popularidade na cidade. Em 1993, 32% dos paulistanos se declaravam corintianos, 1% a menos que o índice atual, que tem margem de erro de 2%;
A vantagem do time do Parque São Jorge para a concorrência, no entanto, não diminuiu.
Em situação oposta à do Corinthians em matéria de títulos na década passada, o Santos também manteve a mesma preferência. O time tinha 7% dos corações paulistanos em 1993. Hoje, tem 7%. Nesse intervalo, o time só conquistou um título de primeira linha: o do Brasileiro de 2002.
Essa conquista, aliás, não impulsionou o clube. No final de 2002, em outra pesquisa Datafolha, a equipe do litoral também tinha 7% das preferências.
Depois de conseguir uma grande expansão no início da década passada, com dois títulos do Mundial interclubes, o São Paulo manteve sua popularidade nos últimos anos, quando as conquistas ficaram mais raras. Em 1993, o clube era o preferido de 31% dos moradores da cidade de quem empresta o nome. Em 1995, já caiu para 21%. Hoje, tem 20%.
Tanto os anos de ouro sob o patrocínio da Parmalat como o rebaixamento influíram pouco na popularidade do Palmeiras.
Em 1993, no segundo ano da parceria com a empresa italiana, o clube era dono de 15% dos fãs paulistanos. No final de 2002, depois da queda para a Série B, tinha 13%. Agora, conta com 15%, variação dentro da margem de erro.
A fidelidade paulistana, segundo outras pesquisas do Datafolha, não se repete em outras partes do país. O próprio Corinthians é o maior exemplo disso.
O clube tinha 3% das preferências no Nordeste em 1993. Em outro levantamento, realizado no final de 2002, 10% dos nordestinos se diziam corintianos.
A agremiação mais popular de São Paulo também conseguiu fatias expressivas na preferência dos torcedores em Minas Gerais e no Paraná nos últimos anos.
A falta de bons resultados e títulos também fez com que os seguidores do Flamengo diminuíssem em algumas áreas do país.
Há dez anos, o clube carioca era apontado como o preferido de 27% dos moradores das regiões Norte e Centro-Oeste. Em 2002, seu índice caiu para 20%.



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