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Clubes têm seus maiores índices de popularidade nos bairros de suas sedes; turma dos sem-time está nos extremos da cidade
Vizinhança de estádio desperta paixões
DA REPORTAGEM LOCAL
A paixão mora ao lado, a indiferença longe. Esse é um dos principais retratos da pesquisa Datafolha que esquadrinhou as preferências do paulistano no futebol.
Todos os grandes clubes colhem seus melhores resultados de
popularidade na cidade em bairros próximos às suas sedes.
Já o contingente dos sem-time é
maior nos extremos do município, distantes dos estádios e dentro das zonas mais pobres.
Dono de 33% dos corações paulistanos, o Corinthians tem índices ainda mais elevados (43%) em
oito bairros da zona leste. Um deles é o Tatuapé, que abriga o Parque São Jorge desde 1928.
Na zona sul, área da cidade mais
distante da sua sede, o apoio é
bem menor, de apenas 29%.
Das 19 áreas tabuladas pelo Datafolha, só em uma o Corinthians
não aparece como o mais popular: justamente onde fica o Morumbi, estádio do São Paulo, que
foi inaugurado no bairro de mesmo nome em 1960, quando a região ainda era pouco habitada.
Lá, o São Paulo é dono de 30%
das preferências, marca 50% superior à registrada pelo clube em
termos gerais na cidade.
Nos arredores de seu antigo estádio, o São Paulo também vai
bem. No Pari, onde fica o Canindé
(que antes pertencia ao clube) e
outros bairros centrais, 22% dos
moradores são são-paulinos.
Com o Palmeiras a situação não
é diferente. Em toda a cidade, o
clube tem 15% das preferências. Já
na área em que está o Parque Antarctica, sua sede principal desde
1920, o apoio é maior. Em Perdizes e em outros três bairros da zona oeste, 21% dos habitantes do
município mais populoso do país
afirmam ser palmeirenses.
Já na zona leste, casa do grande
rival Corinthians, o Palmeiras
tem em vários bairros apenas 10%
dos fãs de São Paulo.
Até com o Santos a questão geográfica é importante para definir a
paixão clubística. O clube do litoral tem seus maiores índices de
apoio em bairros que fazem divisa
com o ABC, justamente a parte da
capital, por rodovias, mais próxima das praias. Na área onde está o
bairro do Jabaquara, na saída da
Imigrantes, 9% dos habitantes são
santistas. Em São Mateus e arredores, na divisa com Santo André,
15% torcem pelo time.
Em compensação o time que
consagrou Pelé e hoje tem Robinho conta com um número modesto de torcedores na zona norte, que fica longe das estradas que
levam ao litoral.
Na área que tem Santana como
principal bairro, o Santos conta
com 3% de apoio.
Enquanto conquistam torcedores entre seus vizinhos, todos em
bairros bem próximos do centro,
os grandes clubes são mais ignorados em bairros mais afastados.
As seis áreas em que a incidência de habitantes sem clube supera a média geral (20%) ficam nos
quatro extremos da cidade.
Na área que engloba Marsilac,
que fica há mais de 50 km da praça da Sé, 23% dos moradores afirmaram que não têm time. Pior
acontece em São Miguel Paulista e
arredores. Nessa região, divisa
com o município de Guarulhos,
26% dos paulistanos declaram
não torcer por clube algum.
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