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Doping já passa tráfico de drogas, diz Interpol
Wada fala que tema não é só esportivo e já virou problema de saúde pública
Ao lado da polícia, Agência Mundial Antidoping detecta onde substâncias dopantes são produzidas e quais são os principais compradores
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado mundial de doping já supera em volume o tráfico de drogas sociais, como cocaína e maconha. A estimativa,
elaborada pela Interpol, foi
apresentada ontem por Richard Pound, presidente da
Agência Mundial Antidoping.
O dirigente discursou em
Lausanne (Suíça), em simpósio
sobre drogas no esporte.
"O doping já não é mais um
assunto só esportivo. Já se converteu em problema de saúde
pública", defendeu Pound, cuja
entidade firmou recentemente
parceria com a Interpol.
Desde outubro do ano passado, as entidades examinam em
conjunto quais são os principais pólos de produção e exportação de drogas dopantes no
mundo e como devem atuar para reprimir esse comércio.
Entre as preocupações estão
países como Rússia e China,
identificados como locais que
abrigam laboratórios ilegais, e
EUA e Europa, local de destino
de boa parte dessa produção.
"O doping não é só um crime
no sentido convencional da palavra. É também desonesto e
prejudicial à imagem do esporte", aponta Ronald Noble, secretário-geral da Interpol.
"A decepção associada ao doping é enorme entre o público,
e todo recorde que é quebrado
atualmente gera suspeitas",
complementou o policial.
Pound elogia investigações
policiais, como a "Operação
Porto", que desbaratou um grupo que traficava drogas na Espanha e descobriu ramificações
com ciclistas de destaque.
"Gostaria que os governos informassem as autoridades esportivas quando há evidência
de doping", disse ele, lembrando que atletas já foram punidos
graças a evidências policiais,
mesmo sem ter teste positivo.
"Tentamos estreitar a distância entre a Justiça esportiva
e a comum, como já ocorre em
países como Itália e Espanha."
Para Noble, o tráfico de substâncias dopantes não se restringe mais aos atletas de alto
nível. Algumas drogas como os
esteróides anabólicos, usados
para aumentar a força e a massa musculares, já conquistaram
também esportistas amadores.
Para combater o problema,
Wada e Interpol planejam novas iniciativas conjuntas. Entre
elas está a organização de um
congresso, com a participação
de especialistas do esporte e da
polícia, para discutir o tema.
Com agências internacionais
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