São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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Base perde espaço no Corinthians-09

Time atual, que hoje enfrenta Bragantino pelo Paulista, não tem nenhum atleta prata da casa entre os seus 11 titulares

Para a diretoria, revelações têm que ser lançadas com cuidado; para a oposição, a administração exagerou no número de contratações


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua versão 2009, o Corinthians deixou os "filhos do terrão" órfãos. Na partida de estreia no Paulista e na de hoje, às 17h, contra o Bragantino, nenhum atleta da equipe titular foi revelado pelo clube.
O alvinegro, que tem tradição de revelar bons jogadores, sofre com as mudanças frequentes em suas categorias de base. Quando Andres Sanchez assumiu a presidência, no ano passado, ele nomeou o técnico Cilinho para coordenar os pratas da casa. Não durou muito.
Ele foi demitido sob a alegação de que seus métodos eram ultrapassados e que estava pressionando os atletas a trabalharem com alguns agentes.
Do atual elenco de 29 jogadores, oito foram revelados pelo clube, mas alguns deles, que já foram titulares, perderam espaço com Mano Menezes. Casos do volante Bruno Octávio e do meia-atacante Lulinha, que nem no banco ficaram contra o Barueri. No ano passado, Lulinha teve várias chances na equipe titular, mas não emplacou. Dirigentes do clube avaliam que o atleta, encarado inicialmente como fenômeno, foi "queimado" por ter sido promovido ao time profissional no ano da queda para a Série B.
A multa rescisória do jogador, que tem contrato até 2012, é de US$ 50 milhões (cerca de R$ 115 milhões). Neste ano, subiram os goleiros Danilo e Rafael e o zagueiro Diego.
Eles juntam-se ao goleiro Júlio César, ao zagueiro Renato, ao volante Marcelo Oliveira e ao atacante Dentinho.
Este último, aliás, é a esperança da diretoria em fazer caixa e, até agora, o único que de fato correspondeu às expectativas. Foi artilheiro do time na temporada passada, com 24 gols. Mesmo assim, não tem posição assegurada quando retornar da seleção sub-20 que disputa o Sul-Americano da categoria na Venezuela.
A diretoria afirma que precisa ter mais cuidado agora ao lançar suas revelações.
""Não é necessário ficar entrando gente da base no time. Precisamos é ter um time forte e experiente agora", afirma o conselheiro corintiano André Luiz de Oliveira, ligado ao departamento amador.
Até na época da parceria com a MSI, que recheou o time de estrelas, como o argentino Tevez, o clube dava mais espaço a seus pratas da casa. Na época, 13 compunham o elenco, e vários deles, como Betão, Rosinei e Jô, eram titulares. Em 2007, ano do rebaixamento, o clube, já em situação financeira precária, também apostou alto em revelações, mas de modo precipitado. Chegou a ter mais da metade do time titular com atletas formados na base.
"Hoje, não precisamos vender jogador, estamos com dinheiro. Vem dinheiro daqui, dali, e dá para segurar os atletas", justifica Oliveira.
A oposição, por sua vez, tem outra tese: afirma que as revelações foram sufocadas pelo número de jogadores contratados pela atual diretoria.
No ano passado, o elenco chegou a ter mais de 38 jogadores. "Se contratar mais de 30 jogadores, você não dá espaço mesmo para as revelações", diz o candidato a presidente pela oposição, Osmar Stábile.
Neste ano, o Corinthians ainda apostou em um elenco mais maduro. A média de idade em relação ao time de 2008 subiu de 23,5 para 25 anos.


NA TV - Bragantino x Corinthians
Globo (para SP) e Band (para SP), ao vivo, às 17h



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