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FUTEBOL
Presidente se esquiva de perguntas políticas, mas repete apoio a atacante para a TV captar melhor a declaração
Na Polônia, FHC pede Romário na seleção
DO ENVIADO ESPECIAL A VARSÓVIA E DA REPORTAGEM LOCAL
Durante passeio no centro histórico de Varsóvia, num domingo
sem compromissos importantes,
o presidente Fernando Henrique
Cardoso evitou fazer comentários
a respeito da pesquisa Datafolha
sobre a sucessão publicada ontem. Em vez de política, preferiu
falar de futebol. Sugeriu que o jogador Romário seja convocado
para a seleção brasileira.
"Eu sou Romário. Sobre isso
não há dúvida. O resto eu não respondo. Romário, eu sou", disse
FHC ao responder se desejava o
atacante do Vasco da Gama na seleção de Luiz Felipe Scolari.
O presidente demonstrou interesse no tema. Chegou a repetir a
declaração para que uma equipe
de TV pudesse captar novamente
sua fala com mais qualidade.
O apoio de FHC aumenta ainda
mais a pressão sobre Scolari para
que Romário integre o grupo que
vai à Copa do Mundo.
Desde que o treinador assumiu,
o atacante só foi convocado uma
vez para a seleção -no jogo de
estréia de Scolari, em que o Brasil
perdeu de 1 a 0 para o Uruguai.
De lá para cá, apesar de se manter em ótima fase -foi o artilheiro do Brasileiro-2001 e é o vice-goleador do Rio-São Paulo-,
Romário jamais foi chamado.
Scolari alega que a ausência do
atacante se deve a opção tática,
mas há outro motivos, não admitidos pelo técnico.
Um deles foi o suposto envolvimento sexual de Romário com
uma garota, na concentração da
seleção em Montevidéu, na véspera da derrota para o Uruguai.
O outro foi o pedido do jogador
para não ser convocado para a
Copa América da Colômbia, sob a
justificativa de que precisava fazer
uma cirurgia no olho.
O técnico atendeu à solicitação,
mas Romário não fez a operação
-e ainda viajou com o Vasco para o México para jogar amistosos.
Por fim, há a resistência de alguns jogadores da seleção. Roberto Carlos e Emerson, atuais líderes da equipe e desafetos de Romário, lideraram um movimento
de apoio irrestrito a Scolari e, em
troca, teriam pedido ao técnico
para não mais convocar o atacante vascaíno, sob a pena de gerar
uma crise no grupo.
Scolari afirmou, por intermédio
de seu assessor de imprensa, que
não se manifestaria sobre os comentários de FHC. ""Fico muito
feliz com a lembrança do presidente. Vou continuar jogando,
mantendo a minha performance
dentro de campo, pois é isso que
pode me levar à seleção e à Copa.
Todos sabem que esse é o meu
grande desejo neste ano", disse
Romário.
(FERNANDO RODRIGUES)
Colaborou a Sucursal do Rio
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