|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
Mais uma decisão
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Telemig-Minas e Ulbra
mostram mais uma vez que
são os donos da bola no vôlei brasileiro. Há quatro temporadas, os
dois times se revezam como campeões da Superliga. No torneio
deste ano, fizeram as melhores
campanhas e vão decidir, no sábado, o título do primeiro turno,
que vale vaga para a semifinal.
O Minas é a base da seleção. O
levantador Maurício e os atacantes André, Henrique e Dante são
nomes certos na equipe nacional.
Mas sua maior força é o conjunto:
é a terceira temporada que o time
está jogando junto. A única novidade é Dante, contratado para o
lugar de Giba, que está na Itália.
A equipe do técnico Cebola luta
para conseguir o terceiro título
nacional seguido, façanha só obtida pelo próprio Minas nos anos
80 e pelo Banespa na década de
90. Vale lembrar que Cebola era
atacante do time mineiro, que foi
tricampeão brasileiro. Maurício
era o levantador na fase de ouro
do Banespa.
Em uma analogia, não pelo estilo de jogo, mas pelo que representam, o Minas de hoje lembra
mais o Banespa da década passada por contar com os jogadores
da seleção. A Ulbra tem o perfil
mais próximo do Minas dos anos
80: não tem as estrelas do vôlei do
país, mas está sempre nas finais.
Para quem não lembra, no período em que o time mineiro foi
tricampeão, a base da seleção era
formada por jogadores do Bradesco, Pirelli e Banespa. A maior
estrela da equipe era o atacante
Pelé, que nunca chegou a se firmar como titular na seleção.
O mais impressionante na Ulbra é que a formação do time nos
últimos anos tem se alterado bastante, mas o técnico Jorge
Schmidt parece ter um sistema de
jogo fixo. Ele procura peças que se
encaixem com perfeição para repor as que vão saindo. Ou seja, os
atletas mudam, mas o modelo
continua o mesmo.
O melhor exemplo aconteceu na
temporada passada. Depois de
perder o atacante Gílson, Schmidt
arrumou um clone dele: Anderson, que fez exatamente o mesmo
papel. Basicamente, os times da
Ulbra arriscam tudo no saque,
têm um bloqueio poderoso e atacantes de meio versáteis, que sabem atuar na ponta.
Para não dizer que só escrevi sobre os finalistas, vale um troféu de
honra ao mérito ao Lupo-Náutico, que provocou a surpresa da
rodada: venceu a Unisul, em plena Florianópolis, por 3 sets a 2, e
tirou as chances de o time catarinense disputar a decisão do turno. Uma façanha e tanto.
Para encerrar, uma boa notícia.
Parece que agora é pra valer: o
Brasileiro da segunda divisão, batizado de Liga Nacional, deverá
acontecer no segundo semestre.
As inscrições vão começar depois
da assembléia entre dirigentes da
CBV e das federações, em março.
A previsão é que o torneio masculino tenha 80 times. O feminino
teria 60. Só o Pará já informou
que tem oito equipes. Para diminuir os custos, o campeonato será
regionalizado. A idéia é dividir os
times em seis regiões. Os campeões de cada uma delas e os dois
melhores segundos colocados passam para a fase final.
O certo é que esse torneio já deveria estar sendo disputado há
anos. Mas já que só agora será organizado, então resta comemorar, embora com muito atraso.
O bom dessa história é que a Liga pode ativar o vôlei no país inteiro. Vai abrir mercado para técnicos, jogadores e, acima de tudo,
revelar novos atletas.
Italiano
O Ferrara, dos jogadores brasileiros Gustavo e Giba, derrotou o
Cuneo, do levantador Ferdinando De Giorgi, por 3 sets a 1, na oitava rodada do Campeonato Italiano. Com o resultado, a equipe soma dez vitórias, 11 derrotas e permanece na oitava colocação. O líder do torneio é o Macerata, do jogador iugoslavo Ivan Miljkovic.
O time, que faz boa campanha, tem nove pontos a mais do que o
segundo colocado do Italiano, o Treviso.
Feminino
As jogadoras norte-americanas Tara Cross Battle e Keba Phipps
estão botando pra quebrar no Bergamo, líder do Campeonato Italiano. Em 16 partidas disputadas, a equipe só teve duas derrotas. O
Vicenza, da brasileira Ana Flávia, está atualmente na quarta posição, com oito vitórias e oito derrotas. O Reggio Emilia, da brasileira
naturalizada italiana Ana Paula De Tassis, ocupa a 11ª colocação,
com apenas três vitórias até agora.
E-mail - cidasan@uol.com.br
Texto Anterior: Futebol - José Geraldo Couto: De mal com a massa Próximo Texto: Olimpíada: Doping "coroa" Jogos da polêmica Índice
|