São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 2007

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Crise abafa a festa de Marcos no ABC

Goleiro faz 350º jogo no Palmeiras, enquanto clube luta para aliviar semana em que sua fragilidade financeira foi exposta

Diante do São Caetano, Caio Júnior espera iniciar série positiva contra três rivais na luta pela semifinal e findar seqüência de seis tropeços

Fernando Pilatos/Gazeta Press
O goleiro e capitão Marcos, que completará hoje, diante do São Caetano, 350 partidas debaixo das traves do Palmeiras, faz defesa durante treino no CT do clube

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia em que Marcos completa 350 jogos com a camisa do Palmeiras, o último pensamento a surgir é o de festa. Diante do São Caetano, no Anacleto Campanella, a vitória ajuda bastante, mas ainda falta muito para permitir comemorações.
O goleiro preferiu não dar entrevistas às vésperas da marca histórica. Intui-se que não tinha muito a dizer, numa semana em que o preparador físico Fábio Mahseredjian, com proposta polpuda do Fluminense, e o lateral-direito Paulo Baier, alegando atraso de salários, deram adeus e expuseram o momento de fragilidade financeira no Parque Antarctica.
Enquanto isso, o técnico Caio Júnior -que, indagado pela imprensa, admitiu estar com direitos de imagem atrasados, assim como os jogadores- corre atrás da agressividade perdida no Paulista. Uma vitória aliviará bastante a pressão que já existe sobre seu trabalho.
Será difícil. Não bastasse a discreta média de 1,55 gol por jogo, nos dois últimos treinos coletivos do Palmeiras, já com a dupla de ataque Florentín e Alemão, foram vistos apenas dois gols no CT da Barra Funda. Um, diga-se, de pênalti.
A baixa produtividade pode até contribuir para a entrada do volante Francis no lugar de Florentín. Edmundo é o maior desfalque e só deve voltar na próxima rodada, contra o Corinthians. O jogador treina separado visando o clássico de domingo que vem.
A ausência de outra arma ofensiva -os avanços de Paulo Baier pela direita- será compensada com um pouco mais de solidez defensiva, com a passagem de Wendel para a lateral.
Para Caio Júnior, esse improviso pode funcionar, mas a verdade é que o clube já procura um reforço na posição. Segundo o técnico, o virtual titular, Amaral, machucado, ainda precisa mostrar eficiência em uma seqüência de jogos. "Antes, eu tinha que compor um esquema tático para aproveitar a vantagem que o Paulo Baier me dava na frente. Agora, preciso é de eficiência", diz o técnico.
Além de jogar com o peso de uma série de seis jogos sem vitória no Paulista -o que o deixará fora da zona de classificação para as semifinais mesmo que vença hoje-, o Palmeiras tem diante de si um adversário renovado e bastante perigoso.
"O São Caetano é uma surpresa deste campeonato. Um time que saiu rebaixado do Brasileiro, reestruturou-se, está em quarto lugar e precisa ser respeitado", disse Caio Júnior.
O time do ABC tem um dos artilheiros da competição -Somália, com oito gols- e terá apenas a entrada do volante Rafael Muçamba no lugar de Luís Maranhão, suspenso. O zagueiro Triguinho volta após cumprir suspensão na derrota por 5 a 2 para o Noroeste.
No clube, o jogo de hoje é o primeiro de uma série decisiva de três para as pretensões alviverdes, já que São Caetano, Corinthians e Noroeste são candidatos diretos a uma das quatro vagas nas semifinais.
"Mesmo duas vitórias e um empate ajudariam muito. Depois dessas partidas, analisaremos a nossa verdadeira condição no Paulista", crê o treinador, que ao menos manteve o time vivo na Copa do Brasil.

NA TV - São Caetano x Palmeiras
Globo (para SP) e Band, às 16h



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