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C13 tenta constranger dissidentes
RACHA
Entidade publica valores e desafia clubes a arrecadar mais
MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO
O Clube dos 13, contrariado com a deserção de Corinthians, Coritiba e dos quatro
grandes clubes cariocas, partiu para o contra-ataque.
A entidade trabalha para
divulgar o valor que seria
possível arrecadar sem que
tivesse ocorrido o racha.
A ideia é constranger os
cartolas dos clubes que deram as costas à associação.
O edital publicado ontem
exige o preço mínimo de R$
500 milhões por ano de contrato. A Globo, por oferecer
"maior exposição" tem a
vantagem de vencer a concorrência mesmo que faça
uma proposta 10% menor.
Assim, o mínimo para as
demais emissoras iria a R$
550 milhões em cada uma
das três temporadas a partir
de 2012 -o Campeonato Brasileiro de 2011 é da Globo e
não sofre qualquer alteração.
De acordo com o atual contrato, a Globo pagou R$ 230
milhões anuais pela transmissão na TV aberta.
O pacote com pay-per-view, TV fechada e internet
rende outros R$ 170 milhões.
A intenção do C13 é vender
cada modalidade separadamente. Sem contar a TV aberta, a entidade espera arrecadar R$ 800 milhões anuais.
"Quem pensar um pouco
vai voltar atrás", declarou
ontem o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, um
dos líderes da "resistência",
ao lado de Juvenal Juvêncio,
presidente do São Paulo.
Pelas contas do C13, o Corinthians (assim como Palmeiras, São Paulo, Flamengo
e Vasco) passaria a ganhar
R$ 42 milhões pela exibição
do Brasileiro na TV aberta.
Até este ano, o ganho foi
de R$ 16,8 milhões.
"Os presidentes que saíram precisam explicar aos
seus conselheiros e torcedores quanto a mais vão ganhar
sozinhos", disse Juvêncio.
Ontem, Andres Sanchez
ironizou essas ameaças. "Podem ficar tranquilos que eu
vou ganhar mais do que R$
42 milhões", disse o corintiano. Andres aposta ser possível chegar a R$ 70 milhões.
O C13 diz ser possível ultrapassar os R$ 100 milhões
anuais com a soma de outras
mídias. "Estão otimistas demais. Se for isso tudo, eu volto para o Clube dos 13 amanhã", desdenhou Andres.
"Sou humilde, se estiver errado volto atrás. Mas acho
que não estou errado."
Andres quis bater mais forte no grupo que abandonou.
Mas o C13 entendeu como um
recuo. "O tom foi amenizado,
eu não vejo outra saída que
não a união", disse Kalil.
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