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FUTEBOL
Preparador físico alertou para as chances de lesão do atleta "turbinado", que faz reforço muscular há dois anos
São Paulo sabia do risco do "Superkaká"
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Desequilíbrio muscular, principalmente do membro inferior.
Lesões de músculos adutores ou
posteriores. Segundo o preparador físico do São Paulo, Fábio
Mahseredijan, esses são os riscos
que o programa de fortalecimento muscular a que Kaká foi submetido pode causar se não for
bem planejado.
Na revista oficial do clube deste
mês, além dessa revelação, Mahseredijan foi além. Afirmou que,
apesar de ainda não haver consenso médico sobre o assunto, o
programa de fortalecimento pode
provocar contusões no joelho como as de Ronaldo.
"Se você tem uma massa muscular anterior [das pernas] muito
forte, isso pode provocar uma
tensão muito grande no tendão
patelar, podendo até rompê-lo.
Eles [médicos] não conseguem
afirmar que essa foi a causa específica do rompimento do tendão
patelar. Isso é uma hipótese", afirmou Mahseredijan.
Kaká está com uma contusão na
coxa direita desde 19 de fevereiro,
data da primeira partida contra o
São Raimundo, estréia do time na
Copa do Brasil. De lá para cá o jogador, que não fez pré-temporada
porque esteve no Catar em janeiro junto com a seleção sub-23,
tem treinado separadamente para
se recuperar. Reclamou disso,
afirmou que sente falta dos treinos coletivos e que às vezes teme
"estourar de vez" a sua contusão.
José Sanchez, médico do São
Paulo, acha que o temor do atleta
só será corrigido com o tempo e
nega que a contusão muscular,
que o atrapalha há mais de um
mês e que o deixou de fora da final
do Paulista, nada tem a ver com o
programa de fortalecimento muscular, que o fez pular de 71 kg em
janeiro de 2001, quando ele "apareceu" nas finais do Rio-São Paulo, para os atuais 82 kg.
"O Kaká é um jogador muito
bem preparado e importante para
o grupo. Antes da final já havíamos traçado um plano de recuperação que ele fará a partir de agora
e faria mesmo que tivesse jogado
contra o Corinthians. Ele vai ficar
de três a quatro semanas fora para
se recuperar", afirmou o médico.
O fisiologista do clube, Turíbio
Leite de Barros, também disse não
acreditar que a contratura de Kaká tenha sido por causa da musculação. Defendeu que o programa não expõe o jogador à lesão e,
sim, o protege. Barros acredita,
entretanto, que só o afastamento
dos treinos e dos jogos poderá
reabilitar Kaká.
"A lesão que ele tem é até simples. Uma contratura. Acontece
com todo jogador. Ele precisa é de
repouso. Mas ele teve esse problema às vésperas de jogos decisivos.
O tratamento ficou um pouco
comprometido por causa disso. É
importante frisar que o Kaká jogou, quando jogou, porque foi clinicamente liberado para isso",
disse o fisiologista que também
confirmou que o meia fez uso de
creatina, substância sintetizada
no organismo que melhora o condicionamento físico. "80% dos jogadores que fazem trabalho de
fortalecimento muscular usam a
creatina. Já é uma rotina médica."
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