São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2008

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Palmeiras terá Kléber só se chegar às semifinais

Atacante é suspenso por três jogos e credita punição a falatório são-paulino

"Agora vou ter mais cuidado dentro de campo porque o futebol está mudando. Temos de jogar com as mãos amarradas", reclamou

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O risco era pegar uma suspensão de até 540 dias. Mas no julgamento realizado ontem, no Tribunal de Justiça Desportiva, o atacante Kléber, do Palmeiras, foi suspenso por três partidas pela cotovelada desferida no zagueiro André Dias no jogo contra o São Paulo.
Assim, Kléber está fora do restante da fase classificatória do Paulista e só defende o Palmeiras caso a equipe chegue às semifinais da competição.
O jogador, que estava incluso no artigo 253 (agressão) teve a denúncia desqualificada para o artigo 255 (ato hostil).
Após a sessão, Kléber demonstrou abatimento por não poder mais defender o time nas próximas três partidas, contra Portuguesa, São Caetano e Barueri. "Sinceramente, estou muito chateado, esperava ser absolvido. Não tive intenção de agredir. Agora vou ter mais cuidado dentro de campo porque o futebol está mudando. Temos de jogar com as mãos amarradas", afirmou o jogador.
Kléber aproveitou para criticar o São Paulo. "Se as pessoas [dirigentes são-paulinos] não tivessem falado tanto na TV, eu não teria pegado os três jogos", disse o atacante, que aproveitou a vitória palmeirense (4 a 1) sobre o time do Morumbi em Ribeirão Preto para ironizar.
"Se o resultado do jogo tivesse sido empate ou vitória por um gol, o São Paulo não estaria falando tanto. Mas perder de quatro é mais doído", falou.
Segundo o diretor de futebol palmeirense Savério Orlandi, o clube não irá recorrer. "Não posso dizer que foi uma vitória porque esperava pela absolvição. Mas o clube vai acatar sem problema", disse o dirigente.
O vice-presidente Gilberto Cipullo, no entanto, afirmou que vai cobrar rigor do tribunal no caso de Jorge Wagner. O ala-esquerdo do São Paulo deve ser denunciado até amanhã pelo procurador Edison Zago no artigo 253 por ter dado uma joelhada no meia Valdivia.
No julgamento de ontem, o advogado Luiz Roberto Castro, do Palmeiras, enfatizou a jogada envolvendo Kléber e André Dias como mera casualidade.
Castro usou ainda o lance em que o são-paulino Adriano se estranhou com o santista Domingos no jogo entre São Paulo e Santos, realizado no Morumbi, como parâmetro para aliviar a situação de seu jogador.
"Repare que, depois da agressão, Kléber falou com o André Dias e foi perdoado. Depois ainda falou com o Rogério Ceni. Com o Adriano foi diferente", disse ele, referindo-se ao jogo entre São Paulo e Santos.
"Ele caiu, levantou, pensou e desferiu a cabeçada", completou o advogado palmeirense.
No julgamento, o relator Maurício Neves Fonseca pediu três partidas de suspensão por entender que não houve intenção de Kléber machucar André Dias, que sangrou na jogada. A auditora Beatriz Sorrente Dal Pra acompanhou o voto.
O auditor Norberto Monello também o colocou no artigo 255 e pediu apenas uma partida de gancho, pelo fato de Kléber ser réu primário. Luiz Carlos Telles, presidente da Segunda Comissão Disciplinar, defendeu a inclusão de Kléber no artigo 253, com suspensão de 120 dias, já como voto vencido.


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