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Palmeiras terá Kléber só se chegar às semifinais
Atacante é suspenso por três jogos e credita punição a falatório são-paulino
"Agora vou ter mais cuidado dentro de campo porque o futebol está mudando. Temos de jogar com as mãos amarradas", reclamou
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O risco era pegar uma suspensão de até 540 dias. Mas no
julgamento realizado ontem,
no Tribunal de Justiça Desportiva, o atacante Kléber, do Palmeiras, foi suspenso por três
partidas pela cotovelada desferida no zagueiro André Dias no
jogo contra o São Paulo.
Assim, Kléber está fora do
restante da fase classificatória
do Paulista e só defende o Palmeiras caso a equipe chegue às
semifinais da competição.
O jogador, que estava incluso
no artigo 253 (agressão) teve a
denúncia desqualificada para o
artigo 255 (ato hostil).
Após a sessão, Kléber demonstrou abatimento por não
poder mais defender o time nas
próximas três partidas, contra
Portuguesa, São Caetano e Barueri. "Sinceramente, estou
muito chateado, esperava ser
absolvido. Não tive intenção de
agredir. Agora vou ter mais cuidado dentro de campo porque o
futebol está mudando. Temos
de jogar com as mãos amarradas", afirmou o jogador.
Kléber aproveitou para criticar o São Paulo. "Se as pessoas
[dirigentes são-paulinos] não
tivessem falado tanto na TV, eu
não teria pegado os três jogos",
disse o atacante, que aproveitou a vitória palmeirense (4 a 1)
sobre o time do Morumbi em
Ribeirão Preto para ironizar.
"Se o resultado do jogo tivesse sido empate ou vitória por
um gol, o São Paulo não estaria
falando tanto. Mas perder de
quatro é mais doído", falou.
Segundo o diretor de futebol
palmeirense Savério Orlandi, o
clube não irá recorrer. "Não
posso dizer que foi uma vitória
porque esperava pela absolvição. Mas o clube vai acatar sem
problema", disse o dirigente.
O vice-presidente Gilberto
Cipullo, no entanto, afirmou
que vai cobrar rigor do tribunal
no caso de Jorge Wagner. O ala-esquerdo do São Paulo deve ser
denunciado até amanhã pelo
procurador Edison Zago no artigo 253 por ter dado uma joelhada no meia Valdivia.
No julgamento de ontem, o
advogado Luiz Roberto Castro,
do Palmeiras, enfatizou a jogada envolvendo Kléber e André
Dias como mera casualidade.
Castro usou ainda o lance em
que o são-paulino Adriano se
estranhou com o santista Domingos no jogo entre São Paulo
e Santos, realizado no Morumbi, como parâmetro para aliviar
a situação de seu jogador.
"Repare que, depois da agressão, Kléber falou com o André
Dias e foi perdoado. Depois ainda falou com o Rogério Ceni.
Com o Adriano foi diferente",
disse ele, referindo-se ao jogo
entre São Paulo e Santos.
"Ele caiu, levantou, pensou e
desferiu a cabeçada", completou o advogado palmeirense.
No julgamento, o relator
Maurício Neves Fonseca pediu
três partidas de suspensão por
entender que não houve intenção de Kléber machucar André
Dias, que sangrou na jogada. A
auditora Beatriz Sorrente Dal
Pra acompanhou o voto.
O auditor Norberto Monello
também o colocou no artigo
255 e pediu apenas uma partida
de gancho, pelo fato de Kléber
ser réu primário. Luiz Carlos
Telles, presidente da Segunda
Comissão Disciplinar, defendeu a inclusão de Kléber no artigo 253, com suspensão de 120
dias, já como voto vencido.
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