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VIPs
Grandes de SP terceirizam bilheteria às organizadas
Clubes separam ingressos para torcidas envolvidas em confusões recentes
Nos dois clássicos violentos, Corinthians e Santos dão privilégio a uniformizadas; Palmeiras e São Paulo fazem o mesmo em outros jogos
EDUARDO ARRUDA
RENAN CACIOLI
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Protagonistas nos dois últimos casos de violência em estádios, as torcidas organizadas
são privilegiadas por diretorias
dos grandes clubes paulistas na
distribuição de ingressos.
Corinthians, Santos e Palmeiras separaram entradas para suas uniformizadas em jogos
de grande interesse. O São Paulo vende ingressos em pacote às
suas torcidas somente em partidas de menor apelo.
O privilégio a esses grupos
aumenta sua presença nos estádios, principalmente em jogos em que o clube é visitante.
Foi o que ocorreu nos clássicos São Paulo x Corinthians e
Corinthians x Santos. Ambas as
partidas tiveram brigas envolvendo as uniformizadas.
No domingo, a diretoria do
Santos, que era o time visitante,
recebeu 2.200 ingressos do Corinthians. Desse total, mil foram dados à Torcida Jovem,
que os revendeu em sua sede
em São Paulo. Santistas da capital tinham de comprar lá.
"Saíram da sede 300 pessoas,
sem escolta, para o Pacaembu.
Havia pessoas de fora da organizada", ressalvou o presidente
da torcida, Marcos Santos.
Sua torcida pegou os bilhetes
e, depois de vendê-los, repassou o dinheiro ao clube. É prática rotineira, segundo a diretoria santista, que disse que isso
facilita a venda na capital.
No clássico contra o São Paulo, a diretoria do Corinthians
deu toda a carga de 4.000 arquibancadas às organizadas. Só
recebeu o pagamento após a
venda dos bilhetes, que ocorreu
nas sedes das torcidas.
Naquele jogo, a Gaviões da
Fiel ficou com 2.000 bilhetes.
Segundo a diretoria da torcida,
sempre é pedida uma cota separada ao clube, que decide
quanto vai lhe enviar.
Torcedores comuns podem
comprar, desde que acompanhados de sócios. O dinheiro é
dado ao clube após o jogo.
O presidente corintiano, Andres Sanchez, é criticado por
conselheiros por sua relação
próxima às organizadas. Até
frequenta a quadra da Gaviões.
Com carga reduzida de visitante, de 6.800 ingressos, a diretoria do Palmeiras disse que
não dará bilhetes às uniformizadas para o clássico com o São
Paulo, no sábado.
A diretoria admitiu que eram
repassados bilhetes às torcidas
em 2008, o que acabou no início do ano com o novo presidente, Luiz Gonzaga Belluzzo.
"Temos ordens peremptórias de não ceder ingressos para
organizadas. Estou aqui desde
o início do Paulista, em nenhum jogo isso foi feito", disse
o tesoureiro palmeirense,
Franciso Busico. Mas não é o
que diz a Mancha Alviverde,
principal organizada do time.
"A gente nunca teve direito à
cota [gratuitamente]. Mas, dependendo do jogo, a gente vai lá
e compra uma quantidade de
ingressos", declarou André
Guerra, presidente da torcida.
Foi o que ocorreu no clássico
com o Corinthians, já na gestão
Belluzzo, quando a uniformizada pagou e levou 1.500 bilhetes.
Contra o São Paulo, a Mancha
não fez reserva de bilhetes.
A diretoria do São Paulo separa ingressos para a torcida
em jogos pequenos. "Eles compram, mas têm que pagar na
hora e, depois, revendem. Mas
que fique claro que não é posto
de venda", contou Adalberto
Baptista, diretor de marketing.
A Independente confirmou e
reclamou. "Só nos dão quando
ninguém quer ir", contou Marcelo Buzio, presidente da principal organizada tricolor.
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