DO ENVIADO A IMOLA

Se havia alguma dúvida sobre a maior adversária da Ferrari neste início de temporada, ela foi dissipada ontem. Com uma volta perfeita, novo recorde do circuito de Imola, Jenson Button, da BAR, conseguiu a pole para o GP de San Marino, quarta etapa da F-1.
Em segundo, sairá Michael Schumacher, que fez de tudo para batê-lo, mas ficou 0s258 atrás.
Juan Pablo Montoya, da Wil-liams, é o terceiro no grid, seguido por Rubens Barrichello, companheiro do alemão na Ferrari.
A largada para a corrida de Imola, na Itália, acontece às 9h.
Qualquer que seja o resultado da prova, a pole de Button e da BAR é emblemática, histórica até: prova a ascensão de uma nova geração -de pilotos e equipes.
Esta foi a primeira pole de Button na categoria -e a primeira de um piloto inglês desde que Damon Hill saiu na frente no GP de Portugal de 1996. Acabou, também, com o jejum da BAR. Em seis anos de história, o time nunca havia largado na primeira fila.
Foi ainda primeira a pole de um motor Honda desde o GP do Canadá de 1992, com Ayrton Senna.
Como que para reforçar essa passagem de bastão, a McLaren, que reinou no final dos 80 e no início dos 90, voltou a dar vexame. Pelo segundo GP consecutivo, Kimi Raikkonen vai largar da última posição. David Coulthard ficou apenas na 11º colocação.
"É claro que estou feliz, muito feliz. Mas o objetivo final nesse esporte é vencer a corrida", declarou Button, sem grandes ataques de deslumbramento. "Minha última pole havia sido na F-3, ainda em 1999. Vai ser bom voltar a largar na frente de um pelotão."
Schumacher, resignado, reconheceu que não teve como superar o inglês ontem. E ele tentou: foi ao limite do carro, subiu em zebras, escorregou. Não deu.
"O Jenson fez uma volta fantástica. Tentei tomar a pole dele, exagerei num ponto da pista e quase rodei. Nessa condição, até que estou satisfeito com o segundo lugar", disse o hexacampeão.
Quem também esperava esse resultado, além dos 15 mil torcedores italianos em Imola, era Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, presente ao treino.
Imola fica a 80 km da sede da escuderia, em Maranello, e deve receber hoje a F-1 pela última vez. O presente de despedida para os "tifosi", agora, ficará mais complicado. Onde menos queria, a Ferrari ganhou um rival. (FÁBIO SEIXAS)