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Política define sucessor de Leão e futuro do Palmeiras
Após a queda do técnico, disputa interna entre diretores e premissa de que Libertadores já
está "perdida" norteiam escolha; técnico do time B comanda time contra São Paulo e Santos
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Emerson Leão já não é mais o
técnico do Palmeiras. No seu lugar, por enquanto, nada de um
novo treinador. Quem ganha ainda mais espaço no conturbado
ambiente do Parque Antarctica é
a disputa política, travada abertamente no clube entre diretores.
A demissão de Leão e a sua sucessão compõem mais dois capítulos na luta por poder no clube.
Depois da queda-de-braço entre o diretor de futebol Salvador
Hugo Palaia, favorável à permanência de Leão, e o vice-presidente José Cyrillo Jr., que era contra e
que acabou ganhando a disputa,
agora é a vez de um novo embate
entre os diretores envolvidos na
escolha do nome que terá a tarefa
de tirar o time de uma profunda
crise e conduzi-lo de volta aos trilhos do início da temporada,
quando chegou a encaixar uma
seqüência de sete vitórias.
Apesar de já terem delineado
um perfil desejado para o futuro
treinador palmeirense -algo
diametralmente oposto ao estilo
centralizador e duro de Leão, e
que seja capaz, ao mesmo tempo,
de se aproximar dos jogadores
sem, no entanto, perder o comando do elenco- um nome de consenso (palavra da moda no conturbado ambiente palmeirense)
ainda não apareceu.
Tite, Toninho Cerezo, Antônio
Lopes, Geninho e Abel Braga foram os treinadores cogitados,
mas nenhum deles acabou aclamado em meio à disputa política.
Os três primeiros estão desempregados. Os outros estão trabalhando no Goiás e no Internacional, respectivamente.
Nem mesmo o fato de o Palmeiras ter dois jogos decisivos na
principal competição que disputa
neste ano -os clássicos contra o
São Paulo pela Libertadores com
o primeiro confronto marcado
para amanhã- fez os dirigentes
tentarem um rápido acordo para
correr atrás de uma nova comissão técnica.
Na avaliação de membros da
cúpula palmeirense, estrear um
técnico nas oitavas-de-final da Libertadores "o queimaria". Isso
porque, entre esses diretores, a
desclassificação contra o São Paulo é dada como certa.
Ponto comum entre os nomes
de treinadores citados é que todos
têm seus defensores dentro da cúpula tentando emplacar seu preferido para tentar demonstrar poder dentro do clube.
Salvador Palaia, o diretor de futebol que saiu enfraquecido pela
demissão de Leão -seu amigo
pessoal e técnico preferido- e José Cyrillo, polarizam o embate.
Eles, ao lado do presidente Affonso della Monica, formam o trio
que tem decidido os futuros do
departamento de futebol.
Enquanto o vice-presidente se
mostrava, até a noite de ontem,
indeciso qual nome apoiaria, o diretor de futebol passou o dia tentando mostrar que seu poder não
fora tão arranhado.
"Tite, não. Cerezo, não", dizia
Palaia sobre nomes que agradam
a Cyrillo, mas que preferiu "não
falar nada" sobre Antonio Lopes,
Geninho e Abel.
Com o impasse, Marcelo Vilar,
treinador do Palmeiras B, foi definido como interino para o primeiro jogo com o São Paulo e o
encontro com o Santos, domingo,
pelo Campeonato Brasileiro.
"Vamos observar o trabalho dele. Mas ele pode ser uma revelação", afirmou Cyrillo.
A demissão de Leão já havia ganhado contornos de disputa interna. Palaia era contra a saída.
Cyrillo, a favor. Prevaleceu a vontade do vice-presidente.
Palaia foi quem, na noite de anteontem, comunicou, às lágrimas,
a decisão a Leão. Ontem o técnico
foi ao clube para ratificar sua saída e falar com Della Monica. Junto com Leão, o auxiliar Pedro Santilli e o preparador físico Fernando Leão também saíram do clube.
A crise palmeirense, apimentada pela goleada (6 a 1) do último
sábado sofrida contra o Figueirense, fez a procura por ingressos
para o primeiro jogo dos mata-matas da Libertadores ser pequena entre os palmeirenses. Maior
interesse tiveram os são-paulinos,
que se acotovelaram no Morumbi
pelos 2.100 lugares destinados a
eles no Parque Antarctica.
Colaborou Kleber Tomaz,
da Reportagem Local
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