São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2008

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São Paulo dobra sua dívida em 2007

No ano de receita recorde, balanço do campeão brasileiro exibe aumento no débito, que cartolas dizem estar renegociado

Adesão à Timemania, antecipação de patrocínios, contratações e empréstimos bancários são as principais razões do endividamento

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

No ano em que bateu o recorde de renda de clubes brasileiros, o São Paulo também mais do que dobrou sua dívida. A adesão à Timemania, a antecipação de patrocínios, contratações e empréstimos bancários explicam esse aumento. É o que mostra o balanço do clube.
Dirigentes são-paulinos, no entanto, ressaltam que o débito está todo renegociado, com prazos longos para pagamento parcelado. E lembram que há dinheiro em caixa por conta da negociação de atletas.
Foi a transferência de jogadores -principalmente do zagueiro Breno -que elevou a R$ 189 milhões a receita do São Paulo em 2007, valor nunca atingido por time brasileiro.
Em compensação, no ano passado, a dívida saltou de R$ 53,4 milhões para R$ 117,5 milhões até o final de 2007. Para esses valores, foi considerado o passivo excluídos os valores de direitos de imagem, que são contratos de jogadores que serão pagos na atual temporada.
A principal razão foi a inclusão do clube na Timemania. O São Paulo confessou cerca de R$ 30 milhões em débitos que eram discutidos na Justiça Federal, como era obrigatório.
"Essa dívida não pesa em absoluto em nossa liquidez [capacidade de pagar compromissos]. Teremos 240 meses para pagar. E vamos receber o dinheiro da loteria para quitar", conta o diretor financeiro são-paulino, Oswaldo Vieira de Abreu, que estima pagar mensalidade de R$ 180 mil.
Outro motivo para o aumento do débito total foram empréstimos bancários. No total, houve um crescimento de R$ 17 milhões no valor devido a bancos no ano passado. Assim, a dívida com eles chegou a R$ 30 milhões ao final de 2007.
Mas o São Paulo já quitou R$ 5 milhões no início de 2008, o que reduziu esse valor. Só pretende pagar o restante parceladamente, já que renegociou em condições favoráveis.
"Podíamos até quitar com nossas aplicações financeiras. Mas não é preciso", contou Vieira de Abreu, que informou que o São Paulo tem cerca de R$ 18 milhões no banco graças à venda de Breno. "Costumamos pegar esse dinheiro emprestado para investir no futebol: fazer contratações ou investir no CT de Cotia."
Mas o clube ainda deve R$ 10 milhões em contratações, valor surgido em 2007. O departamento financeiro não soube informar relativo a que atletas eram os valores, mas só deve haver quitação no futuro.
Por fim, o crescimento do passivo também foi inflado por algumas antecipações de receitas de contratos com a Reebok e com a Warner, acordos para licenciamento, entre outros. No total, o valor de adiantamentos registrados no balanço aumentou em R$ 8,7 milhões.
Em compensação, o clube antecipou dinheiro da Federação Paulista de Futebol e do Clube dos 13, que costumam fazer adiantamentos a outros.
E ainda há pagamentos referentes a jogadores de futebol que só foram registrados em 2008. Eram contabilizados quase R$ 80 milhões a receber no final do ano passado.
Enfim, a dívida cresceu, mas o São Paulo a mantém sob controle. Só que, admitem os cartolas, terá de haver novas vendas de jogadores no meio do ano para quitar compromissos.


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