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São Paulo dobra sua dívida em 2007
No ano de receita recorde, balanço do campeão brasileiro exibe aumento no débito, que cartolas dizem estar renegociado
Adesão à Timemania, antecipação de patrocínios,
contratações e empréstimos bancários são as principais
razões do endividamento
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano em que bateu o recorde de renda de clubes brasileiros, o São Paulo também mais
do que dobrou sua dívida. A
adesão à Timemania, a antecipação de patrocínios, contratações e empréstimos bancários
explicam esse aumento. É o que
mostra o balanço do clube.
Dirigentes são-paulinos, no
entanto, ressaltam que o débito
está todo renegociado, com
prazos longos para pagamento
parcelado. E lembram que há
dinheiro em caixa por conta da
negociação de atletas.
Foi a transferência de jogadores -principalmente do zagueiro Breno -que elevou a R$
189 milhões a receita do São
Paulo em 2007, valor nunca
atingido por time brasileiro.
Em compensação, no ano
passado, a dívida saltou de R$
53,4 milhões para R$ 117,5 milhões até o final de 2007. Para
esses valores, foi considerado o
passivo excluídos os valores de
direitos de imagem, que são
contratos de jogadores que serão pagos na atual temporada.
A principal razão foi a inclusão do clube na Timemania. O
São Paulo confessou cerca de
R$ 30 milhões em débitos que
eram discutidos na Justiça Federal, como era obrigatório.
"Essa dívida não pesa em absoluto em nossa liquidez [capacidade de pagar compromissos]. Teremos 240 meses para
pagar. E vamos receber o dinheiro da loteria para quitar",
conta o diretor financeiro são-paulino, Oswaldo Vieira de
Abreu, que estima pagar mensalidade de R$ 180 mil.
Outro motivo para o aumento do débito total foram empréstimos bancários. No total,
houve um crescimento de R$ 17
milhões no valor devido a bancos no ano passado. Assim, a dívida com eles chegou a R$ 30
milhões ao final de 2007.
Mas o São Paulo já quitou R$
5 milhões no início de 2008, o
que reduziu esse valor. Só pretende pagar o restante parceladamente, já que renegociou em
condições favoráveis.
"Podíamos até quitar com
nossas aplicações financeiras.
Mas não é preciso", contou
Vieira de Abreu, que informou
que o São Paulo tem cerca de
R$ 18 milhões no banco graças
à venda de Breno. "Costumamos pegar esse dinheiro emprestado para investir no futebol: fazer contratações ou investir no CT de Cotia."
Mas o clube ainda deve R$ 10
milhões em contratações, valor
surgido em 2007. O departamento financeiro não soube informar relativo a que atletas
eram os valores, mas só deve
haver quitação no futuro.
Por fim, o crescimento do
passivo também foi inflado por
algumas antecipações de receitas de contratos com a Reebok
e com a Warner, acordos para
licenciamento, entre outros.
No total, o valor de adiantamentos registrados no balanço
aumentou em R$ 8,7 milhões.
Em compensação, o clube
antecipou dinheiro da Federação Paulista de Futebol e do
Clube dos 13, que costumam fazer adiantamentos a outros.
E ainda há pagamentos referentes a jogadores de futebol
que só foram registrados em
2008. Eram contabilizados
quase R$ 80 milhões a receber
no final do ano passado.
Enfim, a dívida cresceu, mas
o São Paulo a mantém sob controle. Só que, admitem os cartolas, terá de haver novas vendas
de jogadores no meio do ano
para quitar compromissos.
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