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Parceiros de Pequim já se afastam de tocha
Coca-Cola, Samsung e Lenovo abrem mão de pôr marca em etapa japonesa
Governo do Japão afirma que irá permitir protestos pacíficos de manifestantes
pró-Tibete na passagem da chama amanhã, em Nagano
DA REPORTAGEM LOCAL
Três dos principais patrocinadores dos Jogos de Pequim
decidiram alterar seus planos
de apoio ao revezamento da tocha, que amanhã irá desfilar pelas ruas de Nagano, no Japão.
É um sintoma de que os protestos pró-Tibete, a cada etapa
do evento, causaram efeitos danosos à imagem das empresas.
Assumindo isso mais publicamente ou não, Coca-Cola,
Samsung e Lenovo preferiram
não estampar suas marcas no
veículo de apoio que acompanhará a chama no Japão.
A Coca-Cola, que liderava o
percurso mundial, achou melhor não aparecer mais por causa dos protestos ocorridos em
Londres, Paris e San Francisco.
Na capital francesa, a chama
chegou a ser apagada quatro vezes, o que representa uma "heresia" à idéia do revezamento.
Novo vexame ocorreu na terça, em Jacarta (Indonésia),
quando, para evitar protestos, a
cerimônia ocorreu no estádio
Bung Karno. Por falha técnica,
a tocha voltou a se apagar.
Não bastasse isso, o Japão
prometeu autorizar protestos
em Nagano. A condição imposta pelo chanceler Masahiko
Komura é que as manifestações
sejam pacíficas. "Protestos não
são problema", ressaltou o ministro das Relações Exteriores.
A chama percorrerá 18,7 km
em Nagano, última cidade japonesa a receber uma Olimpíada,
os Jogos de Inverno de 1998.
Em algumas das etapas, será
vetada a presença de público.
O aparato de segurança terá
3.000 policiais, o que representa um número modesto em relação aos 5.500 agentes que estiveram em ação na Indonésia.
Ontem, não houve incidentes
graves na Austrália. Cerca de
7.500 manifestantes pró-China
foram às ruas em Canberra para apoiar a passagem da tocha.
Pela primeira vez, eles superaram em número os ativistas tibetanos, que levaram 2.000
pessoas às ruas da capital.
Apesar da tranqüilidade aparente na Austrália, a Coca-Cola
decidiu retirar seu logotipo durante a cerimônia no Japão
"depois de observar a situação
em várias partes do mundo".
A empresa divulgou que ficaria inviável manter um veículo
próximo à tocha devido ao forte
esquema de segurança que cercará a chama no país, o que, de
resto, tem ocorrido em cada cidade que recebe o evento.
Já a Samsung disse que o Japão era a única etapa do revezamento que a companhia sul-coreana não tinha interesse em
participar. Segundo a fabricante de eletrônicos, a preocupação com a segurança fez o comboio ficar muito grande.
A Lenovo enviaria um carro
de apoio ao desfile em Nagano,
mas cancelou presença no final
de março. A fábrica chinesa alegou que a razão para o abandono foi o alto custo para preparar um veículo próprio para
acompanhar o revezamento.
Com agências internacionais
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