São Paulo, sábado, 25 de abril de 2009

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MOTOR

Entre Hannah e a irmã de Kate


Como todo grande piloto, o prodígio Vettel é diferente nas pistas principalmente porque é diferente fora delas


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

"NUNCA LEVE a namorada para o trabalho." A dica não é de nenhum veterano, de nenhum recalcado, de ninguém atrás de uma desculpa para a solidão. Vem de alguém que, bem-sucedido e do alto dos seus 21 anos, poderia aparecer com uma namorada diferente por dia. Mas que não o faz, porque ama Hannah, a namorada dos tempos de colégio, e imagina que a badalação desviaria seu foco.
"A temporada é muito longa. Qualquer coisa pode acontecer. Temos que pensar corrida a corrida e tentar fazer o melhor." A frase não é de alguém que anda no fundo do pelotão, esperando que a sorte caia no colo. É de um piloto que acaba de vencer, que tem um carro dos mais equilibrados do grid e que, nem por isso, canta vitória antes do tempo -erro que o maior dos veteranos, pasmem, ainda teima em cometer.
"Recebi uma ligação de um número privado e fiquei com medo de atender. Mas atendi, e era o Bernie, me dando parabéns. Acho que eu não estava preparado para isso." A declaração é de quem reconhece estar apenas no começo de uma caminhada e que não faz cerimônia em admitir que ficou desorientado por receber um telefonema do "chefe".
"O que faz meu carro tão bom e forte? O Red Bull inscrito nas laterais, é claro." Que patrocinador não soltaria rojões com algo assim? E a cereja do bolo: "Meu carro original se chamava Kate. Como os barcos, os carros devem ter um nome de mulher, o que os deixa sexy. Mas, quando bati no GP da Austrália, ele ficou destruído. Então resolvi chamar este de "irmã safada da Kate", porque é mais agressivo e rápido".
Vettel não é o protótipo do piloto de laboratório. Não chegou lá bancado pelo pai. Não se perde em cataclimas orgásticos diante das vitórias. Não caiu de repente no cockpit de um carro de ponta. Não fecha a cara para entrevistas numa época em que as empresas precisam justificar cada centavo investido na F-1. Como todos os grandes pilotos, Vettel é diferente na pista principalmente porque é diferente fora dela. Por isso, um dia, será campeão mundial. Neste ano? Por que não?

NA BERLINDA
Nelsinho tentaria nesta manhã passar do Q1 pela primeira vez no ano. O que deveria ser sua temporada de afirmação está se tornando uma sonora negação. Segundo o "As", ele tem mais dois GPs para mostrar serviço. Depois, a cláusula de performance falará mais alto.

NA MIRA
É visível: a Brawn ainda está na frente, mas aquela vantagem assombrosa das duas primeiras corridas do Mundial já não existe mais.

NA TELA
A GT3 abre a temporada amanhã em Interlagos, às 15h30, com transmissão da Record News.
fabio.seixas@grupofolha.com.br


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