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São Paulo goleia e tira o sono de Tite
Time do Morumbi, invicto em clássicos em 2006, bate Palmeiras pela 3ª vez no ano diante de menos de 8.000 pagantes
KLEBER TOMAZ
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Há uma semana, Tite assumia o Palmeiras com um discurso que pregava acertar a defesa. E, logo em seu primeiro
clássico viu, para sua infelicidade, a tese se confirmar da maneira menos desejada.
O São Paulo aplicou ontem
no time do Parque Antarctica
seu placar mais elástico em
clássicos no ano e ratificou sua
fama de aniquilador de grandes
rivais paulistas na temporada.
"Não vou nem dormir nesta
noite. Eu me conheço. Vou ficar
remoendo", decretou Tite, em
tom de lamentação.
Com a derrota, o Palmeiras
justificou, mais uma vez, as
queixas de parte de seus conselheiros sobre a falta de vitórias
contra os maiores rivais.
Pena, para os torcedores e
para o espetáculo, que pouca
gente viu o jogo no Morumbi.
Menos de 8.000 pessoas se
propuseram a deixar de lado o
clima de Copa do Mundo, o frio
e os desfalques das duas equipes para assistir ao duelo entre
são-paulinos e palmeirenses.
Este foi o clássico paulista
com o menor público na temporada. Esse fenômeno parece
acompanhar o Palmeiras. O segundo da lista é justamente o
jogo do time do Parque Antarctica contra o Santos, neste Brasileiro -o 2 a 1 para o time da
Vila teve 8.747 torcedores.
A segunda goleada sofrida
pelo Palmeiras no Brasileiro jogou o time ainda mais fundo em
sua crise. A equipe de Tite, que
sofreu sua quinta derrota em
sete partidas no Nacional, não
sairá da zona do rebaixamento
nesta rodada. Só não voltará ä
lanterna porque o Santa Cruz,
último, também perdeu.
Se o gosto foi amargo para o
Palmeiras, entre os são-paulinos não houve euforia pela
maior vitória em clássicos no
ano. Teve jogador que até chegou a criticar a atuação do time.
"O São Paulo não jogou bem.
Não fomos 100%. Há muito o
que melhorar ainda", disse um
exigente Lugano, que no entanto não deixou de tripudiar. "Sabíamos que era preciso ratificar
nossa superioridade."
A rígida avaliação do zagueiro teve apoio de Muricy Ramalho. "O elenco sabe que o nosso
time é muito bom quando joga
no limite. Se não joga assim,
não é bom. Mesmo com 4 a 1,
tem que jogar mais. Só isso não
basta para ser campeão."
Mas não foram apenas as declarações de Lugano e de seu
comandante, queixando-se de
seu time após uma goleada, que
fizeram o jogo ser diferente.
Foi uma noite repleta de novidades no Morumbi. Tudo começou com Márcio Careca. O
lateral-esquerdo palmeirense
abriu o placar logo no início. Infelizmente para ele e para sua
equipe, com um gol contra.
A desvantagem fez o Palmeiras, que entrou com o pensamento de que um empate já seria bom, sair para o ataque e
pressionar o rival. No decorrer
da primeira etapa, dominou o
jogo e teve pelo menos duas
grandes chances de empatar.
Mas a tarefa de fazer o 1 a 1
estava reservada para Márcio
Careca. Ele aproveitou um rebote, no fim da etapa, e igualou
o marcador antes de ir para o
intervalo. Pela primeira vez
neste Brasileiro o São Paulo foi
obrigado a buscar a bola no fundo do gol do Morumbi.
No segundo tempo, outro jogador resolveu marcar dois
gols. Mas, ao contrário do adversário, Ricardo Oliveira acertou a rede certa nas duas vezes.
Com dois gols em menos de 15
minutos, ele praticamente selou a vitória são-paulina.
Coube a Alex Dias decretar a
goleada, ao driblar Sérgio e registrar o 4 a 1 no placar.
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