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Cartola chia, e CBF afasta a bandeirinha Ana Paula
Dirigente do Botafogo afirmou que auxiliar teve atuação "de mulher" anteontem
Comandante de comissão de arbitragem anuncia que, após errar na Copa do Brasil, ela ficará fora de ao menos três rodadas do Brasileiro
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Menos de 12 horas após um
cartola do Botafogo ter reclamado da atuação "de uma mulher" como auxiliar de arbitragem no jogo em que o time foi
eliminado da Copa do Brasil, a
Confederação Brasileira de Futebol puniu Ana Paula Oliveira.
Na manhã de ontem, o presidente da Comissão de Arbitragem da entidade, Edson Rezende, anunciou que a assistente
estaria fora de pelo menos três
rodadas do Brasileiro.
Anteontem, ela anulou dois
gols do Botafogo na vitória sobre o Figueirense, por 3 a 1, no
Rio. Apesar do resultado, os cariocas ficaram fora da final.
""Dois erros seguidos? Não
vejo mulher em Copa. Não vi na
decisão da Liga Européia. Não
vejo nas decisões mais importantes, mas colocaram uma
mulher aqui, contra o Botafogo.
Ela nos deu prejuízo de R$ 2,5
milhões, que seria quanto o clube ganharia por chegar à decisão", declarou o vice-presidente de futebol do clube, Carlos
Augusto Montenegro.
O dirigente foi o mais exaltado com a atuação de Ana Paula.
""A torcida passou o jogo gritando "piranha". Sei que a voz do
povo é a voz de Deus. Não acho
que ela seja uma pessoa desqualificada, mas ela é totalmente despreparada", afirmou o vice do Botafogo, que ainda sugeriu que a assistente estaria ""naqueles dias de mulher".
Segundo o dirigente, a bandeirinha falhou nos dois gols do
time anulados no primeiro
tempo. Aos 12min, o meia Zé
Roberto fez o gol ao acertar um
rebote do goleiro Wilson. Depois, aos 27min, Vágner cabeceou para o gol, mas Ana Paula
assinalou posição irregular do
zagueiro Alex. Ele estava posicionado próximo do gol, mas
não tocou na bola.
""É muito fácil pôr a culpa na
arbitragem. Mas, mesmo com
todos os recursos eletrônicos
da TV, ainda assim são lances
discutíveis. Eu acho que acertei", afirmou Ana Paula à Folha. ""Montenegro errou, eu
não estava naqueles dias. Mas
acho absurdo ele colocar as coisas nesses termos e vou estudar
o que fazer", acrescentou ela.
""O primeiro lance é objeto de
interpretação. O segundo tem a
ver com uma regra que fala sobre a interferência do adversário, coisa que pouca gente conhece", completou Ana Paula.
Rezende disse que afastou a
auxiliar para ""preservá-la".
Disse que ela errou no primeiro
lance. ""Não podemos aceitar o
erro. Eles [juízes e auxiliares]
têm que sentir que não estamos
aceitando", disse o dirigente,
que defendeu as mulheres na
arbitragem. ""Os erros dela são
mínimos, mas pesa quando o
erro como o de ontem [anteontem] influencia o resultado."
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