|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Castro Neves dá a volta por cima e é tri
Brasileiro triunfa em Indianápolis apenas 37 dias após ser absolvido pela Justiça dos EUA de acusações de fraude fiscal
Com vitória, piloto assume a vice-liderança da Indy e isola Brasil como país estrangeiro com o maior número de conquistas nas 500 Milhas
DA REPORTAGEM LOCAL
Hélio Castro Neves se tornou
ontem o nono piloto, e o primeiro não americano, a conquistar o tricampeonato nas
500 Milhas de Indianápolis.
Em 37 dias, o piloto deixou o
inferno do risco de prisão e
atingiu o paraíso ao triunfar na
mais tradicional prova do automobilismo, iniciada em 1911,
que ontem teve a 93ª edição.
Em 17 de abril, Castro Neves
e sua irmã e empresária, Katiucia, foram absolvidos pela Justiça americana, em Miami, de
processos por fraudes fiscais no
valor de US$ 2,3 milhões. Cada
um deles estava sujeito a sentença de até 35 anos de prisão.
Ontem, confirmou seu bom
trabalho nos treinos e venceu.
"Foi o melhor mês de maio
da minha vida", comemorou o
piloto da Penske, que completou 34 anos no último dia 10.
"Foi um mês inesquecível.
Nunca esquecerei esta corrida
e agradeço a todos os que me
apoiaram", acrescentou ele,
que participou de sua terceira
prova desde sua absolvição.
Apelidado de Homem-Aranha, Castro Neves voltou a escalar a cerca de proteção, após a
vitória, para festejar com os
torcedores, gesto que já o havia
notabilizado em 2001 e 2002.
Além de inscrever seu nome
entre os grandes da prova, o piloto fez o Brasil se tornar o país
estrangeiro com maior número
de vitórias em Indianápolis.
Contando triunfos com
Emerson Fittipaldi (dois) e Gil
de Ferran, os brasileiros somam seis títulos nas 500 Milhas de Indianápolis, um a mais
do que os britânicos, que nunca
tiveram sequer um bicampeão.
A Penske, equipe de Castro
Neves, aumentou ainda mais
sua folga como a líder em vitórias nas 500 Milhas. O time
norte-americano amealhou
seu 15º troféu no circuito oval.
São dez triunfos a mais do
que a Lou Moore, que conquistou cinco vitórias entre 1938 e
1949. Entre as equipes ainda
em atividade, o segundo posto é
da A.J. Foyt, com quatro taças.
Com a vitória de ontem, Castro Neves atingiu a vice-liderança da temporada, com 117
pontos. Ele está a cinco do líder, o escocês Dario Franchitti.
Por conta de problemas na
Justiça, o brasileiro não participou da corrida de abertura da
temporada, disputada em St.
Petersburg, na Flórida, em
abril. Em seu retorno às competições, havia obtido uma sétima colocação em Long Beach e
a segunda posição no Kansas.
Com a conquista de ontem,
Indianápolis viu pela 20ª vez
um piloto largar na pole para
ganhar. A primeira posição do
grid, aliás, tem sido um grande
trunfo. Quatro vezes nos últimos seis anos quem saiu na
frente acabou com a vitória.
Apesar de largar na ponta,
Castro Neves não conseguiu
manter a liderança por muito
tempo. Na oitava volta, foi ultrapassado por Dario Franchitti, da Ganassi, melhor no início
da corrida. Em seguida, de novo
perdeu posições e se alternou
entre o quarto e o sexto lugares.
Na 134ª volta, o brasileiro subiu duas posições e atingiu a vice-liderança após pit stop. Oito
voltas depois, durante relargada após bandeira amarela, o
brasileiro assumiu a liderança
para não mais abandoná-la.
O pódio foi completado pelo
inglês Dan Wheldon e pela norte-americana Danica Patrick,
que obteve a melhor posição de
uma mulher em Indianápolis.
Texto Anterior: Diálogo: Fota e Max Mosley ainda negociam Próximo Texto: Frases Índice
|