Em jogo histórico, brasileiro cumpre promessa de levar anfitriões às semifinais da Eurocopa com gols dos reservas que colocou em campo e com a estrela do goleiro, sua maior aposta

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Luiz Felipe Scolari já tem um lugar na história de Portugal e da Europa. O técnico brasileiro, com suas convicções e apostas, levou o anfitrião da Eurocopa às semifinais eliminando de maneira emocionante a Inglaterra nos pênaltis.
Ele cumpriu a meta traçada: colocar Portugal entre os quatro melhores do continente. Repetiu assim o que aconteceu no Mundial -havia prometido o Brasil nas semifinais. Depois de eliminar a Inglaterra nas quartas-de-final nos dois torneios, cumpriu suas "promessas de campanha".
Portugal e Inglaterra abriram o mata-mata da Eurocopa, e mata-mata é a especialidade de Scolari. Com a consagradora e histórica vitória por 6 a 5 na disputa de pênaltis ontem -após a prorrogação ter terminado 2 a 2-, ele já conseguiu provar na Europa o valor do treinador brasileiro.
Como ocorreu na Copa no confronto com os ingleses, Owen abriu o marcador após uma falha individual. Se em 2002 Lúcio facilitou para o atacante do Liverpool, neste ano quem o presenteou foi Costinha. Ele escorou a bola de cabeça para Owen marcar com estilo, praticamente de costas para o gol. Logo aos 3min de jogo.
O time português, mesmo jogando em Lisboa, não tinha maioria na torcida. Os ingleses, no mínimo, dividiam o estádio da Luz, que pode abrigar 65 mil pessoas. E Portugal não estava bem, para desespero dos anfitriões.
Os ingleses criaram boas chances para ampliar o placar. Figo, mais badalado atleta português -atua no espanhol Real Madrid-, estava apático e desperdiçava jogadas importantes.
No segundo tempo, o panorama do confronto não mudou muito. Portugal até diminuiu seu ritmo. E aos 30min, depois de um dos poucos lampejos de Figo, Scolari decidiu sacá-lo. Colocou então Postiga em seu lugar.
A estrela do técnico não demorou a brilhar. Pouco depois de Figo sair, visivelmente contrariado, Postiga aproveitou cruzamento da esquerda e de cabeça, aos 38min, empatou a partida.
A Inglaterra ainda marcou aos 45min, mas o zagueiro Campbell cometeu falta no goleiro Ricardo, e o lance foi invalidado.
O jogo foi para a prorrogação com "gol de prata". Diferentemente do "gol de ouro", o jogo não acaba quando alguém marca. Porém só há segundo tempo da prorrogação se o primeiro tempo terminar com algum time em vantagem no marcador.
No primeiro tempo, apesar de lances emocionantes, ninguém conseguiu marcar. Aos 3min do segundo tempo, quase Portugal saiu na frente. Nuno Gomes cabeceou da pequena área, mas Cole salvou em cima da linha. Dois minutos depois, não teve jeito. Rui Costa, outro que entrou no final do tempo normal, acertou uma bomba de fora da área e fez 2 a 1.
Quando Portugal já festejava, Lampard igualou após escanteio.
Nos pênaltis, a sorte da seleção da casa ficou nas mãos de Ricardo, maior aposta do técnico para a Euro. Ele pegou um pênalti e, em seguida, acertou sua cobrança. Portugal vibrou como nunca: descobriu Luiz Felipe Scolari.


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