São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2007

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Palmeiras cai de novo em casa e piora sua crise

Revés para Atlético-PR amplia para cinco jogos a série palmeirense sem vitória

Palmeiras 0
Atlético-PR 2

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma derrota inédita em casa, inveja por ver brilhar no rival o ataque dos sonhos de sua diretoria e o quinto jogo seguido sem vencer. Some isso à pior campanha do time no Parque Antarctica desde 1978 e tem-se o retrato do Palmeiras.
Com gols de Edno e Alex Mineiro, o Atlético-PR afundou ainda mais os paulistas, que, com apenas oito pontos, ficam cada vez mais distantes do pelotão da frente e aproximam-se perigosamente da zona de rebaixamento do Brasileiro.
Os paranaenses, que chegaram aos 11 pontos, nunca tinham vencido os anfitriões dentro do Parque Antarctica.
Na próxima rodada, o Palmeiras terá o clássico diante do Corinthians, no sábado, no Morumbi. Já o Atlético enfrenta o Paraná na casa do rival.
O técnico Caio Júnior seguiu a linha tática adotada nos dois últimos treinos e montou a equipe no 3-5-2. Edmílson, Nen e Gustavo formaram o trio de zagueiros, dando aos alas Paulo Sérgio e Valmir mais liberdade para subir ao ataque pelas laterais do campo.
No meio, coube a Michael, que retornava de suspensão, ser o homem cerebral do time na armação das jogadas de frente. Pierre e Martinez fizeram a contenção pelo miolo.
Mas o que se viu no duelo evidenciou o atual calcanhar-de-aquiles do time paulista. Edmundo, de volta após dois jogos de gancho, e o estreante Max mostraram porque o setor ofensivo do Palmeiras é motivo de tanta preocupação para Caio Jr., mesmo após a diretoria ter anunciado ontem a contratação do centroavante Rodrigão, que estava no futebol árabe.
Tanto que os dois lances de perigo real criados pelos anfitriões surgiram dos pés de um ala e de um zagueiro.
Primeiro, foi Paulo Sérgio quem, aos 23min, entrou driblando pela direita e soltou uma bomba de fora da área.
O goleiro Guilherme foi buscar no ângulo esquerdo e desviou para escanteio.
Na cobrança, Nen subiu mais que a zaga paranaense e testou com firmeza. A bola, porém, explodiu no travessão.
Já o ataque rival era exatamente o espelho do que a diretoria alviverde tanto desejava ver na equipe da casa. Denis Marques e Alex Mineiro, dois dos seis matadores que recusaram propostas palmeirenses neste ano, incomodaram o tempo todo, com toques rápidos e envolventes.
Em uma dessas boas tramas, saiu o gol. Edno enfiou a bola na intermediária para Alex Mineiro. Ele apenas fez o pivô e devolveu com precisão para o companheiro, que ainda driblou Diego antes de empurrar para o gol vazio. 1 a 0.
Ao som das primeiras vaias, Max ainda honrou a linha ofensiva dos paulistas com um chute aos 41min que o goleiro rival espalmou para o alto.
Assim como já ocorrera nas últimas apresentações em seus domínios -derrota para o Cruzeiro (3 a 1) e empate com o Botafogo (1 a 1)-, Caio Jr. deixou o gramado no intervalo explicando o que deu errado.
"Falta aquela pontinha de sorte de sair na frente. Tivemos a bola na trave, e o goleiro do Atlético esteve muito bem", lamentou o treinador.
Sem muitas opções para mudar o time para a etapa final, o comandante palmeirense lançou mão da única possível. Trocou Edmílson pelo meia Caio e retomou o esquema 4-4-2.
A mudança, entretanto, não incendiou o Parque. Em parte, por causa da apatia do Palmeiras diante de um time que tocava muito bem a bola. Mas, principalmente, porque os atacantes do rival voltaram a calar a torcida aos 15min.
Aproveitando-se do vacilo da defesa, Alex Mineiro invadiu a área e tocou por cima de Diego para ampliar o marcador e fazer o caldeirão voltar-se contra os seus donos.
"Ô, ô, ô, queremos jogador", entre outros cantos contra a diretoria, o técnico e os atletas palmeirenses ecoavam no Parque enquanto o Atlético-PR fazia o que bem entendia. Denis Marques, aos 19min, perdeu a chance de marcar o terceiro ao acertar a trave de Diego.
Mais tarde, seria a vez de Alex Mineiro carimbar o poste do gol alviverde, pouco após a saída de Edmundo para a entrada do estreante Luís, que veio do time B. Sinal de que as mudanças serão inevitáveis dentro de um grupo em crise.


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