São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2007

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Atletismo leva ao Pan 78% de novatos

Maior índice de mudança é no feminino, em que somente 20,5% das classificadas ostentam experiência na competição

Para o técnico Jayme Netto, do 4 x 100 m, trata-se do início do ciclo olímpico da nova geração que estará representada no Rio-2007

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Rostos novos são a marca da equipe nacional de atletismo que irá ao Pan do Rio. Dos 85 atletas classificados pelo ranking ou pelo Troféu Brasil, encerrado ontem, em São Paulo, só 19 (22,4%) já foram aos Jogos. Desses, apenas 17,7% estiveram em Santo Domingo-03.
O maior índice de mudança é no feminino, no qual só 20,5% das classificadas têm experiência no Pan. Entre os homens, 76,1% são debutantes em Pans.
""O feminino é que se fortaleceu mais nos últimos anos. Antes, tínhamos só a Maurren. Agora, temos a Keila Costa, a Fabiana Murer, boas representantes no heptatlo, meio fundo. Acho que o grupo evoluiu mais do que os homens", avalia Jayme Netto, técnico do 4 x 100 m.
""O feminino melhorou muito de nível", concorda Nélio Moura, técnico das saltadoras Maurren Maggi e Keila Costa.
Por ser o país-sede, o Brasil tem direito a dois representantes em cada prova. Mas, mesmo se considerarmos só as disputas em que o país enviou atletas a Santo Domingo, o índice de mudança ainda é alto. Só 44,1% da delegação do Pan-03 conseguiu manter lugar no Rio-07.
As pistas do Ibirapuera viram uma troca de bastão de gerações. Algumas estrelas da delegação passada já encerraram sua participação nas pistas.
É o caso de Claudinei Quirino e Edson Luciano Ribeiro, bases da equipe de 4 x 100 m vice-campeã olímpica e mundial.
""Da equipe de 4 x 100 m que correu em Santo Domingo, só sobrou um. Seria bom que tivessem dois veteranos no time do Pan. Os últimos anos foram bastante equilibrados. O André Domingos, por exemplo, foi superado por só um centésimo", diz Jayme Netto. ""Estamos entrando no ciclo dessa geração."
Domingos, dono de ouro e bronze no Pan-03, ficou fora do Pan com a quinta posição nos 100 m no Troféu Brasil.
Pior para Eronilde Nunes. O tricampeão pan-americano dos 400 m com barreiras (1991, 1995 e 1999) nem se classificou para as finais em São Paulo.
As provas de velocidade viram despontar Sandro Rodrigues Viana. Aos 30 anos, o amazonense irá a seu primeiro Pan nos 100 m, nos 200 m e no 4 x 100 m. Nos 110 m com barreiras, prova mais competitiva do país, só novatos defenderão o Brasil: Anselmo Gomes, ouro no Troféu Brasil, e Eder Souza.
Para Moura, o surgimento de novos rostos é resultado de investimentos, como centros de excelência, patrocínio à confederação e a verba da Lei Piva.


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