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Por façanha, Federer copia ídolo
Suíço estréia em Wimbledon seguindo tática de Bjorn Borg, dono de 5 títulos
seguidos no torneio
Pela primeira vez, número um do mundo chega ao Grand Slam inglês sem ter jogado campeonato de preparação na grama
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
Após duas semanas de folga,
Roger Federer, 25, tenta igualar o pentacampeonato de
Bjorn Borg em Wimbledon,
que começa hoje, apostando na
mesma estratégia do sueco.
Borg conquistou todos os
seus títulos do mais tradicional
torneio do tênis sem disputar
um torneio preparatório na
transição do saibro, a superfície
mais lenta da modalidade, para
a grama, o piso mais rápido.
Após o sueco levar seu quinto
título, em 1980, somente um tenista conseguiu vencer em
Wimbledon sem ter disputado
pelo menos um torneio preparatório na grama depois da
temporada de saibro: o americano Andre Agassi, em 1992.
Todos os outros campeões
disputaram pelo menos um
torneio na grama depois dos
eventos na terra batida e antes
de estrear em Wimbledon.
E foi justamente esse planejamento que Federer, que lidera o ranking desde 2 de fevereiro de 2004, seguiu, com sucesso, nas quatro últimas temporadas: ele também é tetracampeão de Halle, na Alemanha.
Mas, neste ano, o suíço abriu
mão de jogar o torneio, alegando que precisava se poupar depois da final de Roland Garros.
"Se fosse supersticioso, teria
jogado Halle. Mas não sou esse
tipo de pessoa. Tenho que cuidar do meu físico. Nos últimos
dois anos, foi difícil vencer aqui
após ter alcançado as semifinais e a final de Roland Garros."
Além de tentar imitar Borg
na estratégia, Federer busca a
igualdade nos resultados. Borg
foi o único a vencer Wimbledon
cinco vezes seguidas nos últimos cem anos. "Seria inacreditável", disse Federer sobre a
chance de igualar o feito, mesmo que, na temporada de saibro anterior ao torneio, seu desempenho seja muito inferior.
Enquanto o atual líder do
ranking luta para ganhar Roland Garros (caiu ante Rafael
Nadal nas três últimas edições),
Borg acumulou seis triunfos no
Aberto da França, três deles antes de triunfar em Wimbledon.
Federer, porém, enfatiza a
importância do torneio inglês
no tênis. "Você não vai esquecer que é campeão de Wimbledon no mês seguinte. É muito
maior do que Roland Garros."
Mas, se serve de alerta, uma
programação diferente das últimas temporadas causou a Nadal um pequeno arranhão em
sua coroa de rei do saibro. Neste ano, o espanhol voltou a jogar o Masters Series de Hamburgo, torneio em que esteve
ausente desde 2003. Foi à final,
mas acabou batido por Federer,
quando alegou cansaço e viu o
fim sua série de 81 triunfos consecutivos na terra batida.
Agora Federer acumula 48
vitórias seguidas na grama. E
Nadal, vice em 2006, e o americano Andy Roddick, que perdeu para o suíço na semi de
2003 e nas finais de 2004 e
2005, são vistos como os únicos
em condições de bater o suíço.
"É difícil imaginar algum outro, além desses dois, que possa
realmente causar algum problema para Federer na grama",
afirmou o capitão dos EUA na
Copa Davis, Patrick McEnroe.
Mas Federer não se considera imbatível. "A grama é uma
superfície perigosa. E qualquer
um pode surpreender." E diz
que o fato de terem tirado o telhado que protegia o público da
tribuna da quadra central mudará os jogos. "Será diferente,
porque o vento chegará com
mais facilidade à quadra. Tenho que me cuidar nos primeiros jogos e pegar ritmo."
Como a temporada na grama
é bem menor do que a de saibro, se tropeçar, Federer não só
verá sua coroa arranhada mas
também a perderá.
Com agências internacionais
NA TV - Wimbledon Sportv, ao vivo, às 9h
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