São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2007

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Por façanha, Federer copia ídolo

Suíço estréia em Wimbledon seguindo tática de Bjorn Borg, dono de 5 títulos seguidos no torneio

Pela primeira vez, número um do mundo chega ao Grand Slam inglês sem ter jogado campeonato de preparação na grama

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Após duas semanas de folga, Roger Federer, 25, tenta igualar o pentacampeonato de Bjorn Borg em Wimbledon, que começa hoje, apostando na mesma estratégia do sueco.
Borg conquistou todos os seus títulos do mais tradicional torneio do tênis sem disputar um torneio preparatório na transição do saibro, a superfície mais lenta da modalidade, para a grama, o piso mais rápido.
Após o sueco levar seu quinto título, em 1980, somente um tenista conseguiu vencer em Wimbledon sem ter disputado pelo menos um torneio preparatório na grama depois da temporada de saibro: o americano Andre Agassi, em 1992.
Todos os outros campeões disputaram pelo menos um torneio na grama depois dos eventos na terra batida e antes de estrear em Wimbledon.
E foi justamente esse planejamento que Federer, que lidera o ranking desde 2 de fevereiro de 2004, seguiu, com sucesso, nas quatro últimas temporadas: ele também é tetracampeão de Halle, na Alemanha.
Mas, neste ano, o suíço abriu mão de jogar o torneio, alegando que precisava se poupar depois da final de Roland Garros.
"Se fosse supersticioso, teria jogado Halle. Mas não sou esse tipo de pessoa. Tenho que cuidar do meu físico. Nos últimos dois anos, foi difícil vencer aqui após ter alcançado as semifinais e a final de Roland Garros."
Além de tentar imitar Borg na estratégia, Federer busca a igualdade nos resultados. Borg foi o único a vencer Wimbledon cinco vezes seguidas nos últimos cem anos. "Seria inacreditável", disse Federer sobre a chance de igualar o feito, mesmo que, na temporada de saibro anterior ao torneio, seu desempenho seja muito inferior.
Enquanto o atual líder do ranking luta para ganhar Roland Garros (caiu ante Rafael Nadal nas três últimas edições), Borg acumulou seis triunfos no Aberto da França, três deles antes de triunfar em Wimbledon.
Federer, porém, enfatiza a importância do torneio inglês no tênis. "Você não vai esquecer que é campeão de Wimbledon no mês seguinte. É muito maior do que Roland Garros."
Mas, se serve de alerta, uma programação diferente das últimas temporadas causou a Nadal um pequeno arranhão em sua coroa de rei do saibro. Neste ano, o espanhol voltou a jogar o Masters Series de Hamburgo, torneio em que esteve ausente desde 2003. Foi à final, mas acabou batido por Federer, quando alegou cansaço e viu o fim sua série de 81 triunfos consecutivos na terra batida.
Agora Federer acumula 48 vitórias seguidas na grama. E Nadal, vice em 2006, e o americano Andy Roddick, que perdeu para o suíço na semi de 2003 e nas finais de 2004 e 2005, são vistos como os únicos em condições de bater o suíço.
"É difícil imaginar algum outro, além desses dois, que possa realmente causar algum problema para Federer na grama", afirmou o capitão dos EUA na Copa Davis, Patrick McEnroe.
Mas Federer não se considera imbatível. "A grama é uma superfície perigosa. E qualquer um pode surpreender." E diz que o fato de terem tirado o telhado que protegia o público da tribuna da quadra central mudará os jogos. "Será diferente, porque o vento chegará com mais facilidade à quadra. Tenho que me cuidar nos primeiros jogos e pegar ritmo."
Como a temporada na grama é bem menor do que a de saibro, se tropeçar, Federer não só verá sua coroa arranhada mas também a perderá.


Com agências internacionais

NA TV - Wimbledon Sportv, ao vivo, às 9h


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