São Paulo, quinta-feira, 25 de junho de 2009

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FUTEBOL

Ainda bem que não fui (mas vou)


A Copa das Confederações, que tradicionalmente pouco atrai, terá até final meia boca e não anima nada o Mundial

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A COISA mais legal que poderia acontecer na Copa das Confederações foi para o espaço. O torneio terá uma final broxante, uma marca histórica da disputa. Só uma vez, em 1995 (quando o torneio era apenas um laboratório para esse atual laboratório para a Copa), a decisão foi disputada entre o campeão europeu e o representante da América do Sul. A finalíssima mais bacana ocorreu em 2005, quando os vizinhos argentinos e brasileiros, enfim, encontraram-se em decisão de torneio da Fifa sem restrição de idade.
O Brasil deverá ser o primeiro tricampeão da Copa das Confederações e, na esteira do que aconteceu antes do Mundial da Alemanha, a equipe pentacampeã passa a ser a maior favorita ao título da Copa. E a Espanha a candidata maior a amarelar, para a alegria dos que repetem chavões e não mudam nunca velhos (pre)conceitos porque é mais fácil (e mascara a falta de informação).
Uma tradicional revista estrangeira de futebol já me perguntou se o sucesso brasileiro nessa competição que é uma ""prévia do Mundial" não será prejudicial ao time de Dunga, agora um ""bestial" para a maioria.
Acho que não, ao contrário, mas também não acho que tenha caído a máscara da Espanha, que deve ser cabeça de chave do Mundial e fazer belo papel em 2010 (se vai ganhar, é outra história). Se o Barcelona não tivesse a ajuda da arbitragem contra o Chelsea e parasse nas semifinais da Copa dos Campeões, seu futebol vistoso não seria tão exaltado por alguns. A coerência pede tanto ""Viva a Espanha" quanto ""Viva o Barça".
Lamentando a não realização do Brasil x Espanha neste ano, passo agora a cornetar (vuvuzelar, melhor dizendo) a África do Sul. Aquela impressão de Copa legal e bagunçada está confirmada pela metade, a parte bagunçada. Notícias que chegam do país do Mundial apontam para os tão batidos problemas de estrutura, segurança, organização etc. Os enviados sentiram na pele como será fria a Copa africana, ainda mais sem as maiores estrelas do futebol do continente (já escrevi que essas penam nas eliminatórias) e com a seleção anfitriã passando vergonha em campo (o Joel Santana é folclórico, sensacional, mas, na boa, não dá).
Até o barulho pinta como novo desafio para quem for ao Mundial (e tem dirigente pedindo que as pessoas fiquem em casa e não se aventurem).
Ainda não pisei na África, um velho sonho de garoto que curtiria conhecer um safári. Espero estar na Copa como jornalista e como turista (você não acredita que dá para passar 40 dias num país e trabalhar o tempo todo, não é?). Marquei as minhas férias na Folha para julho pensando, também, na hipótese de voltar da Copa das Confederações.
Poderia ser enviado ao torneio, afinal. Mas, vendo pela TV, foi bom ficar. Volto no outro dia 30, não para falar da Copa das Confederações.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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