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PRANCHETA DO PVC
PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br
Efeito Brasília
O REPÓRTER Rodrigo Magalhães, do canal Sport TV,
de Lisboa, só falava na
quarta-feira da goleada do
Brasil sobre Portugal por 6 a
2, em 2008, em Brasília.
Lembrado de que Portugal
foi um dos cinco rivais a vencer o Brasil de Dunga, replicou: "Mas disso ninguém se
lembra em meu país!".
Tiago, volante que substituiu Deco contra a Coreia do
Norte, também não se lembra da vitória lusa em Londres, em 2007. Já disse que
os portugueses precisam
dar o troco pelos 6 a 2.
Desde aquele 19 de novembro de 2008, a vida de
Portugal mudou. A goleada
fez o técnico Carlos Queiroz
trocar o goleiro Quim por
Eduardo e mudar o sistema
tático do 4-2-3-1 para o 4-3-
-3. Não perdeu mais. São 17
jogos invicto, com 12 vitórias
e cinco empates. "É muito
bom saber que passamos 18
jogos, dos meus 23, sem sofrer gols", diz Queiroz.
Os números indicam que
não é simples vencer Portugal. O futebol, nem tanto.
Os portugueses jogam
com dois pontas abertos
-Simão pela direita, Cristiano Ronaldo à esquerda.
Podem escolher entre Liedson ou Hugo Almeida no
ataque. Mas sofrem com a
falta de criatividade crônica no meio-campo, formado por três volantes.
O problema pareceu resolvido contra a Coreia do
Norte, pelas ótimas atuações de Raul Meireles e Tiago. Mas a Coreia se abriu,
como não fez contra o Brasil. Por isso, foi goleada.
Marcar Raul Meireles e
Tiago é fundamental. Missão para os volantes, com o
apoio de Júlio Baptista.
Acredite, o substituto de
Kaká será importante.
O maior risco para o Brasil é a lembrança lusa de
Brasília. Se fechar o Grupo
G em primeiro, a seleção fica do lado da chave que evita Inglaterra, Argentina,
Alemanha e, talvez, Espanha. Um revés muda tudo. É
bom evitar o efeito Durban.
REFERÊNCIAS
Portugal foi à semifinal de
duas Copas, com Oto Glória
(1966) e Felipão (2006). Mas
ontem Carlos Queiroz plagiou
outro brasileiro: Gentil Cardoso. Ao dizer que é preciso
ter bom gramado para jogar
com bola no chão, falou que a
bola é de couro, o couro vem
da vaca, a vaca gosta de grama e é preciso pôr a bola no
chão. Foi assim que Portugal,
dirigido por Queiroz, ganhou
o Mundial sub-20 em 1991,
vencendo o Brasil na decisão.
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