São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PRANCHETA DO PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

Efeito Brasília

O REPÓRTER Rodrigo Magalhães, do canal Sport TV, de Lisboa, só falava na quarta-feira da goleada do Brasil sobre Portugal por 6 a 2, em 2008, em Brasília. Lembrado de que Portugal foi um dos cinco rivais a vencer o Brasil de Dunga, replicou: "Mas disso ninguém se lembra em meu país!".
Tiago, volante que substituiu Deco contra a Coreia do Norte, também não se lembra da vitória lusa em Londres, em 2007. Já disse que os portugueses precisam dar o troco pelos 6 a 2.
Desde aquele 19 de novembro de 2008, a vida de Portugal mudou. A goleada fez o técnico Carlos Queiroz trocar o goleiro Quim por Eduardo e mudar o sistema tático do 4-2-3-1 para o 4-3- -3. Não perdeu mais. São 17 jogos invicto, com 12 vitórias e cinco empates. "É muito bom saber que passamos 18 jogos, dos meus 23, sem sofrer gols", diz Queiroz.
Os números indicam que não é simples vencer Portugal. O futebol, nem tanto.
Os portugueses jogam com dois pontas abertos -Simão pela direita, Cristiano Ronaldo à esquerda. Podem escolher entre Liedson ou Hugo Almeida no ataque. Mas sofrem com a falta de criatividade crônica no meio-campo, formado por três volantes.
O problema pareceu resolvido contra a Coreia do Norte, pelas ótimas atuações de Raul Meireles e Tiago. Mas a Coreia se abriu, como não fez contra o Brasil. Por isso, foi goleada.
Marcar Raul Meireles e Tiago é fundamental. Missão para os volantes, com o apoio de Júlio Baptista. Acredite, o substituto de Kaká será importante.
O maior risco para o Brasil é a lembrança lusa de Brasília. Se fechar o Grupo G em primeiro, a seleção fica do lado da chave que evita Inglaterra, Argentina, Alemanha e, talvez, Espanha. Um revés muda tudo. É bom evitar o efeito Durban.

REFERÊNCIAS
Portugal foi à semifinal de duas Copas, com Oto Glória (1966) e Felipão (2006). Mas ontem Carlos Queiroz plagiou outro brasileiro: Gentil Cardoso. Ao dizer que é preciso ter bom gramado para jogar com bola no chão, falou que a bola é de couro, o couro vem da vaca, a vaca gosta de grama e é preciso pôr a bola no chão. Foi assim que Portugal, dirigido por Queiroz, ganhou o Mundial sub-20 em 1991, vencendo o Brasil na decisão.


Texto Anterior: Crianças ganham presentes no treino
Próximo Texto: O estrangeiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.