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Itália sofre maior revés em 36 anos
Time, atual campeão, perde para a Eslováquia, e técnico Marcello Lippi assume culpa por fiasco na África do Sul
Eslováquia 3
Vittek, aos 25min do 1º tempo e aos
28min do 2º tempo, e Kopunek, aos
44min do 2º tempo
Itália 2
Di Natale, aos 36min do 2º tempo, e
Quagliarella, aos 47min do 2º tempo
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO
Quagliarella cai em campo
aos prantos e deixa o gramado apoiado em seus companheiros. Cannavaro leva as
mãos ao rosto e olha para o
vazio. Marcello Lippi assume
a responsabilidade por fracassar em montar um time.
A Itália sofreu, mas, desta
vez, não obteve a redenção
como em outros Mundiais.
Uma derrota para a Eslováquia ontem determinou a eliminação dos atuais campeões do mundo ainda na
primeira fase da Copa-2010.
Em 36 anos, é a primeira
vez que os italianos não se
classificam para as oitavas.
Um time destroçado por
desfalques, mal escalado e
com jogadores fora de forma
acabou o Mundial com dois
empates e uma derrota, na
última posição no Grupo F.
"Se em três partidas não
conseguimos ganhar uma, é
justo irmos para casa", declarou o goleiro Buffon, que
não jogou por contusão.
Os resultados são fruto de
uma equipe que não funcionou em nenhum momento.
"Se um time não é capaz
de mostrar qualidades, é porque o técnico não conseguiu
[orientá-lo]", admitiu Lippi.
Com duas modificações
em relação ao jogo anterior,
Gattuso e Di Natale, a Itália
iniciou a partida inoperante
no ataque, dominada pelos
eslovacos no meio-campo e
insegura no setor defensivo.
No primeiro tempo, foi
Gattuso quem errou um passe infantil e armou o contra-
-ataque adversário, que acabou nos pés de Vittek para
marcar o gol aos 25min.
A Itália voltou com três
atacantes para o segundo
tempo. Depois, ainda teve a
entrada de Pirlo. A Azzurra
quase empatou com Quagliarella, em bola tirada na linha.
Mas nem Cannavaro conseguia organizar a defesa italiana. Fazia gestos, mas os
buracos se multiplicavam.
Nova falha na zaga, desta
vez de Chiellini, permitiu outro gol de Vittek, aos 28min.
O treinador italiano olhou
para o campo desolado.
Mas, surpreendentemente, a Itália se transfigurou e
foi para cima dos eslovacos,
que passaram a cair em campo para ganhar tempo.
Os italianos descontaram
aos 36min, com Di Natale na
frente do gol. E poderiam ter
empatado se o juiz não anulasse o gol de Quagliarella,
por pequeno impedimento.
Só que mais uma falha infantil na esquerda da defesa,
em cobrança de lateral, permitiu a Kopunek aumentar a
vantagem, aos 44min.
Quagliarella, inexplicavelmente reserva em toda a
campanha, ainda marcou
aos 47min encobrindo o goleiro. Pepe teve a chance de
fazer gol da classificação.
Mas a bola foi para fora.
E então foi a vez de os jogadores italianos caírem em
campo, só que de desgosto.
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