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Pechincha
Mudança no preço do aluguel do Pacaembu, estádio mais requisitado de São Paulo, faz cidade deixar de embolsar R$ 2 milhões só neste ano
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Prefeitura de São Paulo
deixou de arrecadar mais de
R$ 2 milhões com aluguel do
Pacaembu, só em 2011.
O estádio mais requisitado
de São Paulo cobra aluguel
máximo de R$ 65.950 mesmo
em jogos de renda milionária, como a final da Libertadores, na última quarta.
Até abril de 2010, a prefeitura cobrava até 15% da renda pelo aluguel do estádio.
Por pressão do Corinthians,
maior inquilino do Pacaembu, foi estabelecido um teto
para o aluguel. Mesmo se
muito dinheiro for arrecadado na bilheteria, os times só
precisam pagar o teto.
Para jogos à noite, o limite
são os R$ 65.950. Para os
diurnos, o teto é R$ 52.750.
Se não houvesse esse limite máximo de cobrança, São
Paulo teria recebido pelo Pacaembu R$ 3,66 milhões em
jogos da Libertadores, da Copa do Brasil, do Paulista e da
seleção. Mas, com o teto, a cidade arrecadou R$ 1,48 milhão, em valor arredondado.
Algumas vezes, o aluguel
sai até mesmo de graça, como no amistoso da seleção
brasileira contra a Romênia,
a despedida de Ronaldo, que
teve renda de R$ 4,3 milhões.
Se a regra do ano passado
fosse mantida, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) deveria pagar aos cofres
paulistanos R$ 650 mil.
Na ocasião, a prefeitura
justificou ter abdicado do pagamento dizendo que o amistoso entrara "no calendário
esportivo da cidade".
O pivô da mudança na regra do aluguel foi o Corinthians. Sem ter estádio próprio, o clube adotou a arena
municipal como lar, mas reclamava do aluguel ser atrelado à renda das partidas.
Por causa de uma briga
com o São Paulo, o presidente Andres Sanchez prometeu
que, em sua gestão, o Corinthians nunca mais jogaria no
Morumbi como mandante.
O estádio poderia ser uma
alternativa ao Pacaembu.
O clube, então, decidiu fazer
uma turnê fora da capital.
Três partidas do time pelo
Paulista do ano passado foram para a Arena Barueri, na
Grande São Paulo, onde se
pagava aluguel menor.
Como lá o público também
é menor, tanto porque cabe
menos gente como porque o
acesso é mais difícil, o Corinthians precisou negociar
com a prefeitura para voltar
ao Pacaembu. E, em abril,
conseguiu a criação do teto.
Na época, a secretaria municipal de Esportes queria
um teto maior, de R$ 75 mil.
Mas prevaleceu a força política do Corinthians, e o valor
foi fixado em R$ 62,5 mil, hoje ligeiramente reajustado.
A reportagem não conseguiu, ontem, contato com
a secretaria de Esportes pa-
ra comentar o caso.
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