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Acervo Folha
F-1, que forjou ídolos como Fangio, Schumacher e Senna, é destaque jornalístico desde os anos 50
DE SÃO PAULO
A F-1, principal categoria
do automobilismo mundial,
foi coberta com destaque pela Folha ainda antes das primeiras vitórias de brasileiros
-e antes mesmo que o jornal
se transformasse em Folha
de S.Paulo, numa época em
que os pilotos ainda eram
chamados de "volantes".
A extensão do noticiário
dedicado à F-1 pode ser constatada em uma consulta ao
Acervo Folha (acervo.folha.com.br), site que traz na íntegra os textos publicados
pelo jornal desde 1921.
Nos anos 50, por exemplo,
a "Folha da Manhã", um dos
três jornais que se uniriam
para dar origem à Folha a
partir de 1960, noticiou as várias visitas ao Brasil do pentacampeão argentino Juan
Manuel Fangio (1911-1995),
cujo centenário de nascimento se completou ontem.
Recordista de títulos na F-1
até a primeira década do século 21, quando foi superado
pelo alemão Michael Schumacher, sete vezes campeão,
Fangio viveu o momento
mais inusitado de sua vida
em 1958 -por razões não esportivas, mas sim políticas.
Em Cuba para disputar o
GP de Havana, o piloto argentino foi sequestrado por
um grupo de rebeldes que lutava contra a ditadura de Fulgencio Batista. O líder dos
guerrilheiros era Fidel Castro, que assumiria o poder no
ano seguinte e viria a se tornar, ele mesmo, um ditador.
A capa da "Folha da Manhã" de 25 de fevereiro de
1958 dá a notícia, com um
adendo de "última hora" dizendo que o pentacampeão
fora libertado e não havia sido maltratado. Ficou 26 horas com os sequestradores.
O automobilismo continuaria a ser noticiado pela
Folha com o espaço adequado ao interesse que o esporte
suscitava -a capa de 8 de
abril de 1968, por exemplo,
destaca a morte do bicampeão Jim Clark numa corrida
de Fórmula-2 na Alemanha.
Esse espaço cresceria muito com as primeiras vitórias
de pilotos brasileiros.
A primeira, de Emerson
Fittipaldi em Watkins Glen
(EUA), ocupou a maior parte
da capa da Folha no dia 5 de
outubro de 1970. A vitória garantiu o título póstumo de
seu colega na Lotus, o austríaco Jochen Rindt, morto
um mês antes em acidente
em treino do GP da Itália.
Dois anos depois, aos 25,
Fittipaldi se tornaria o mais
jovem campeão da F-1, marca que só seria superada 33
anos depois -primeiro por
Fernando Alonso (campeão
aos 24, em 2005) e depois por
Lewis Hamilton e Sebastian
Vettel, vitoriosos aos 23.
Dali por diante, além do bicampeonato de Fittipaldi em
1974, a Folha acompanharia
com especial atenção o surgimento dos outros dois brasileiros campeões da F-1, Nelson Piquet (1981/83/87) e
Ayrton Senna (1988/90/91).
A capa de 4 de junho de
1984, por exemplo, destaca
Senna em Mônaco -sob chuva e com um carro pouco
competitivo, da Toleman, ele
ganhou 11 posições e só não
ultrapassou o francês Alain
Prost porque os dirigentes interromperam a prova sob a
justificativa do mau tempo.
Dez anos depois, em 2 de
maio de 1994, a Folha dedicaria sua manchete e um caderno especial à morte do tricampeão, ídolo nacional e
último brasileiro a conseguir
vencer um Mundial
de F-1.
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