São Paulo, sábado, 25 de junho de 2011

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Acervo Folha

F-1, que forjou ídolos como Fangio, Schumacher e Senna, é destaque jornalístico desde os anos 50

DE SÃO PAULO

A F-1, principal categoria do automobilismo mundial, foi coberta com destaque pela Folha ainda antes das primeiras vitórias de brasileiros -e antes mesmo que o jornal se transformasse em Folha de S.Paulo, numa época em que os pilotos ainda eram chamados de "volantes".
A extensão do noticiário dedicado à F-1 pode ser constatada em uma consulta ao Acervo Folha (acervo.folha.com.br), site que traz na íntegra os textos publicados pelo jornal desde 1921.
Nos anos 50, por exemplo, a "Folha da Manhã", um dos três jornais que se uniriam para dar origem à Folha a partir de 1960, noticiou as várias visitas ao Brasil do pentacampeão argentino Juan Manuel Fangio (1911-1995), cujo centenário de nascimento se completou ontem.
Recordista de títulos na F-1 até a primeira década do século 21, quando foi superado pelo alemão Michael Schumacher, sete vezes campeão, Fangio viveu o momento mais inusitado de sua vida em 1958 -por razões não esportivas, mas sim políticas.
Em Cuba para disputar o GP de Havana, o piloto argentino foi sequestrado por um grupo de rebeldes que lutava contra a ditadura de Fulgencio Batista. O líder dos guerrilheiros era Fidel Castro, que assumiria o poder no ano seguinte e viria a se tornar, ele mesmo, um ditador.
A capa da "Folha da Manhã" de 25 de fevereiro de 1958 dá a notícia, com um adendo de "última hora" dizendo que o pentacampeão fora libertado e não havia sido maltratado. Ficou 26 horas com os sequestradores.
O automobilismo continuaria a ser noticiado pela Folha com o espaço adequado ao interesse que o esporte suscitava -a capa de 8 de abril de 1968, por exemplo, destaca a morte do bicampeão Jim Clark numa corrida de Fórmula-2 na Alemanha.
Esse espaço cresceria muito com as primeiras vitórias de pilotos brasileiros.
A primeira, de Emerson Fittipaldi em Watkins Glen (EUA), ocupou a maior parte da capa da Folha no dia 5 de outubro de 1970. A vitória garantiu o título póstumo de seu colega na Lotus, o austríaco Jochen Rindt, morto um mês antes em acidente em treino do GP da Itália.
Dois anos depois, aos 25, Fittipaldi se tornaria o mais jovem campeão da F-1, marca que só seria superada 33 anos depois -primeiro por Fernando Alonso (campeão aos 24, em 2005) e depois por Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, vitoriosos aos 23.
Dali por diante, além do bicampeonato de Fittipaldi em 1974, a Folha acompanharia com especial atenção o surgimento dos outros dois brasileiros campeões da F-1, Nelson Piquet (1981/83/87) e Ayrton Senna (1988/90/91).
A capa de 4 de junho de 1984, por exemplo, destaca Senna em Mônaco -sob chuva e com um carro pouco competitivo, da Toleman, ele ganhou 11 posições e só não ultrapassou o francês Alain Prost porque os dirigentes interromperam a prova sob a justificativa do mau tempo.
Dez anos depois, em 2 de maio de 1994, a Folha dedicaria sua manchete e um caderno especial à morte do tricampeão, ídolo nacional e último brasileiro a conseguir vencer um Mundial
de F-1.


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