São Paulo, domingo, 25 de julho de 2004

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FUTEBOL

Num torneio em que os grandes clubes sofrem com escassez de craques na posição, Petkovic surge como o destaque

BR-04 se rende a brilho de sérvio com a 10

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

No país do futebol quem está dando as cartas neste Brasileiro é o meia vascaíno Petkovic.
Contratado a peso de ouro para reforçar o combalido Vasco na competição, o meia sérvio ofuscou seus concorrentes fazendo jus ao quilate da camisa 10.
E Petkovic chega para ocupar o vácuo deixado por Alex, que em 2003 comandou o Cruzeiro com a autoridade que sua camisa exigia.
Estrangeiro com maior número de gols anotados em Brasileiros -já marcou 46 vezes- Petkovic tem a estatístca como testemunha do seu desempenho impecável. Com dez gols em 11 jogos, ele tem a melhor média entre os aspirantes à artilharia: 91% de eficácia dentro do torneio.
O goleador do Nacional continua sendo o atacante Alex Dias, do Goiás, com 14 tentos.
Acostumado a ir para as redes, Petkovic tem ainda o segundo melhor aproveitamento em assistência no Brasileiro. Ao lado de Edílson, que também tem dez gols na competição, Petkovic deixa o atleta baiano para traz se for comparada também a sua eficiência como garçom.
Dos seus pés, saíram quatro bolas para os companheiros estufarem as redes. O sérvio só perde nesse fundamento para o volante palmeirense Corrêa que teve seis assistências.
De quebra, o vascaíno ainda é o jogador que mais dribla no time carioca, com uma média de 3,8 fintas por partida.
Diante de tanta eficiência, resta ao técnico Geninho colocar todo o time para jogar em função do "gringo." "Ele realmente é um jogador diferenciado. Sabe armar jogadas e fazer gols com facilidade. Com o Petkovic o Vasco ganhou outra cara para brigar com os seus concorrentes", declarou o treinador vascaíno.
Mas o brilho de Petkovic contrasta com a falta de jogadores que justifiquem o peso da camisa 10 na competição.
Entre os paulistas, a escassez de um craque do naipe de um camisa 10 é cada vez mais flagrante.
No São Paulo, que falhou na Libertadores, a camisa mais famosa perambulou com Marquinhos e Danilo, e segue sem um dono legítimo. No líder Santos, que está perdendo Diego para o futebol português, Luxemburgo adapta a equipe para um futebol solidário.
Já no Palmeiras, o treinador Estevam Soares convive com a instabilidade de Pedrinho, enquanto que no Corinthians, só agora Gil começa a recuperar o futebol que parecia tê-lo abandonado.
No Rio, a situação é ainda pior. O lanterna Flamengo vive da inspiração do limitado Jônatas, enquanto que no Botafogo o brilho maior fica com o camisa nove Luizão, que precisa fazer as vezes de armador e artilheiro para tentar levar o time à frente.
Nem o Fluminense, melhor carioca no BR-04 antes da rodada de ontem, com 24 pontos na 11ª posição, a camisa dez tem destaque. O time segue refém da camisa 11 do interminável Romário.


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